António Maio (Yamaha) foi, quinta-feira, o melhor dos portugueses ao terminar na 16.ª posição das motas na quinta etapa da 44.ª edição do rali Dakar de todo-o-terreno, em Riade, na Arábia Saudita, apesar de uma queda.

O piloto alentejano concluiu a tirada de quinta-feira, com 346 quilómetros, na 16.ª posição, a 9.34 minutos do vencedor, o italiano Danilo Petrucci (KTM), que herdou a vitória depois de uma penalização de 06 minutos atribuída ao australiano Toby Price (KTM) por excesso de velocidade.

“A especial estava a correr-me muito bem. Ao chegar às dunas caí e a mota ficou com o escape em cima da minha perna, junto ao joelho. A minha sorte foi que a mota caiu mesmo em cima da joelheira. Queimei as calças, a joelheira toda e os dedos. Entretanto não consegui sair de debaixo da mota tive de ficar à espera de que o [Xavier] Soultrait chegasse para me ajudar. Depois disto peguei na mota e consegui gerir a corrida até ao final. No entanto, com esta queda perdi muito tempo. De resto, senti-me bem durante toda a especial e a navegação correu muito bem o que é um ponto muito positivo” revelou António Maio.

Joaquim Rodrigues Jr. (Hero) terminou em 19.º, a 12.59 minutos, enquanto Rui Gonçalves (Sherco) fechou o dia em 26.º, a 17.10.

Mário Patrão (KTM) foi 40.º da geral, quarto entre os pilotos que concorrem sem assistência.

“Correu tudo bem. Algumas pedras que se encontravam em zonas rápidas vão exigir alguma atenção na revisão da mota que vou fazer agora, pois fizeram alguns estragos, mas só posso dizer que a moto se portou lindamente. Foi mais um dia em que foi preciso apostar numa boa gestão do tempo, da mota, e navegação. Foi mais um dia muito positivo, felizmente”, contou.

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Alexandre Azinhais (KTM) foi 72.º, Arcélio Couto (Honda) 76.º e Pedro Bianchi Prata (Honda) 111.º, com Paulo Oliveira (KTM) em 114.º, numa etapa que acabou interrompida quando muitos dos pilotos das duas rodas já tinham chegado à meta, devido à grande solicitação dos meios aéreos de emergência.

Sem mais meios aéreos disponíveis, a organização acabou por interromper a etapa das motas por questões de segurança.

Na geral, o britânico Sam Sunderland (GasGas), que foi 12.º, manteve a liderança, com 2.29 minutos de vantagem sobre o austríaco Mathias Walkner (KTM), que foi 11.º e ganhou meio minuto.

O francês Adrien van Beveren (Yamaha) é o terceiro, a 5.59.

Joaquim Rodrigues Jr. é o melhor luso, na 20.ª posição, a 1h03.02 horas do líder.

António Maio já é 24.º e Rui Gonçalves ganhou mais uma posição, sendo 36.º.

Mário Patrão é 57.º, Alexandre Azinhais 72.º, Arcélio Couto 81.º, Bianchi Prata 105.º e Paulo Oliveira 109.º.

O espanhol Joan Barreda (Honda), vencedor da etapa anterior, sofreu uma queda que lhe deixou um ombro lesionado e em risco de abandonar.

Nos automóveis, que pela primeira vez percorreram uma especial inteiramente diferente da das motas – na sexta-feira trocam -, o sul-africano Henk Lategan (Toyota) conquistou a primeira vitória da carreira na prova, deixando o francês Sébastien Loeb (BRX) na segunda posição, a 1.58 minutos.

O argentino Lúcio Alvarez (Toyota) foi terceiro, a 2.10 minutos.

O português Miguel Barbosa (Toyota) terminou o dia em 42.º lugar, a 54.56 minutos e subiu três posições na geral, para 36.º.

“Partimos uma vez mais lá de trás. A etapa foi longa, mas estamos satisfeitos com o dia de hoje. O percurso era composto por pistas rápidas e também dunas. A areia começa a estar mais mole e começa a ser um pouco mais difícil. Foi uma especial limpa. Havia muita pedra, característica das especiais da Arábia Saudita. Tivemos dois furos. Não tivemos registos de outros problemas e o carro também esteve impecável“, disse.

Na geral, o qatari Nasser Al-Attiyah (Toyota) mantém a liderança, apesar de ter perdido quase três minutos para Loeb.

“Temos que ser inteligentes e evitar os problemas”, comentou, no final, o piloto do Qatar.

Al-Attiyah tem agora 35.10 minutos de vantagem sobre Loeb, com Lúcio Alvarez em terceiro, já a 51.15 minutos.

Nos veículos ligeiros, Mário Franco (Yamaha) foi 29.º e está na nona posição.

Nos SSV, Luís Portela de Morais foi sétimo, apesar de ter rodado em quarto lugar durante a etapa.

“Foi uma especial que nos correu muito bem. Finalmente encontrámos um ritmo muito bom para andar com segurança e que nos permite chegar ao final que é o nosso principal objetivo. A etapa no início tinha um percurso com muitas pedras e, aí, optámos por uma toada mais tranquila. Mas, nas zonas rápidas tentámos imprimir um ritmo mais forte e conseguimos andar no top 5. Nos últimos quilómetros havia outra vez muita pedra e então decidimos gerir a corrida para trazer o carro até ao fim sem problemas. Ainda faltam muitos dias e continuamos atrás do nosso grande objetivo que é terminar o Dakar“, explicou.

Na geral é nono, a 2h45.05 horas do líder, o brasileiro Rodrigo de Oliveira (Can-Am).

Na sexta-feira disputa-se a sexta etapa, em que carros e motas vão trocar o percurso relativamente ao de quinta-feira.

Os carros enfrentam os 346 quilómetros que quinta-feira fizeram as motas enquanto as duas rodas fazem os 404 quilómetros percorridos pelos carros.