O governo do Cazaquistão impôs esta quinta-feira limites máximos nos preços dos combustíveis durante seis meses, na sequência de tumultos caóticos no país desencadeados pelo aumento do custo do gás.

A medida visa “estabilizar a situação socioeconómica” no país da Ásia Central, segundo uma nota do ‘site’ do primeiro-ministro, citada pela agência de notícias France-Presse.

Os tumultos foram desencadeados pelo aumento dos preços do gás liquefeito, um dos combustíveis mais utilizados nos transportes do país, de 60 tengues por litro (0,12 euros) para o dobro, 120 tengues (0,24 euros).

A polícia cazaque anunciou esta quinta-feira que deteve cerca de 2.000 pessoas nas ruas de Almaty, a cidade mais afetada pelos motins no país, que desde domingo provocaram dezenas de mortos, incluindo pelo menos 13 elementos das forças de segurança, e um milhar de feridos.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Cazaquistão: 12 polícias mortos e tropas russas no terreno

“Agentes da polícia de Almaty foram limpar as ruas (…) No total, cerca de 2.000 pessoas foram levadas para esquadras de polícia”, disse o Ministério do Interior, citado pelas agências TASS e Ria Novosti.

Na sequência da contestação, o Presidente do Cazaquistão, Kassym-Jomart Tokayev, decretou o estado de emergência no país.

As autoridades cazaques pediram a intervenção de uma força da Organização do Tratado de Segurança Coletiva (CSTO, na sigla em inglês), uma aliança militar de seis antigas repúblicas soviéticas.

A organização anunciou já o envio de uma força com militares da Rússia, Bielorrússia, Arménia, Quirguizistão e Tajiquistão para “estabilizar e normalizar a situação” no país da Ásia Central.

Com cerca de 18 milhões de habitantes, o Cazaquistão está a viver os protestos de rua mais graves desde que conquistou a independência, há três décadas.

A antiga república soviética da Ásia Central vende a maior parte das suas exportações de petróleo à China e é um aliado estratégico da Rússia, países seus vizinhos.