O Presidente angolano afirmou esta quinta-feira, em Luanda, que a UNITA, maior partido da oposição, pretende concorrer em coligação com outras forças políticas, nas eleições gerais deste ano, porque não está preparada para vencer sozinha o MPLA.

João Lourenço, que falava numa entrevista concedida a cinco órgãos de informação, entre os quais quatro angolanos (Expansão, TV Zimbo, Jornal de Angola e o O País) e à Agência Lusa, aos quais foi pedido o envio prévio de duas perguntas, abordou além da política do país, questões sobre a economia, justiça e situação social.

O chefe de Estado angolano disse que a oposição, desde as primeiras eleições gerais realizadas em Angola, em 1992, tem feito uma má leitura do “teatro das operações” político do país.

“Desde as primeiras eleições de 1992, que a oposição de forma errada” tem feito uma “má avaliação do teatro das operações”: Já “nas eleições de 92 diziam que o MPLA [Movimento Popular de Libertação de Angola, no poder] não tinha hipótese, pelo simples facto de, até àquela altura, ter sido partido único. Com a abertura para o multipartidarismo, antes das eleições acontecerem, já diziam ‘calças novas em setembro'”, mas isso “não aconteceu, nem nas eleições seguintes”, disse João Lourenço.

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Para João Lourenço, “mais uma vez também para estas eleições [em setembro de 2022], continua a haver essa má avaliação do teatro das operações”.

“No fundo, no fundo, o simples facto de o nosso principal adversário recorrer a uma espécie de coligação” a que “estão a chamar Frente Patriótica Unida, para enfrentar o MPLA, isso só significa dizer que, se calhar, estão pior do que estavam há uns anos atrás, nas eleições anteriores”, frisou.

A União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA, na oposição), liderada por Adalberto da Costa Júnior, já anunciou que irá fazer uma candidatura conjunta, com várias forças opositoras e figuras da sociedade civil numa tentativa de ganhar as eleições de agosto.