À semelhança do que aconteceu, por exemplo, na TAP, também a Carris está confrontada com dificuldades para assegurar o normal funcionamento das carreiras com o aumento do número de trabalhadores infetados ou em isolamento profilático. De acordo com um documento interno, a que o Observador teve acesso, 18 carreiras de bairro serão suspensas na próxima semana (entre os dias 10 e 14).

Na nota interna, a empresa diz que, “considerando o número crescente de isolamentos profiláticos e as medidas adotadas pelo Governo”, mantém-se o horário “férias escolares” — que estava em vigor desde meio de dezembro, na sequência da suspensão das aulas presenciais e da semana de contenção anunciada pelo Governo para o início deste ano — e que se suspendem as carreiras: 10B, 13B, 17B, 19B, 22B, 31B, 32B, 43B, 44B, 46B, 52B, 55B, 58B, 61B, 70B, 73B, 76B, 79B.

Além desta suspensão de carreiras, a Carris determinou ainda a “suspensão de funcionamento do reforço da carreira do 28E [elétrico 28] com autocarros minis”.

Ao Observador, na terça-feira a empresa confirmava que o número de casos relacionados com a Covid-19 representava 8% do efetivo da empresa, escusando-se a concretizar quantos trabalhadores e que funções desempenham (sejam motoristas ou administrativos, por exemplo). De acordo com o último relatório e contas da empresa, 8% dos 2.588 funcionários correspondem a 207 casos relacionados com a Covid-19 seja por isolamento profilático, infeções ou apoio à família.

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“O número de trabalhadores da Carris, com situações associadas à Covid-19, acompanha a evolução quer nacional quer da Área Metropolitana de Lisboa, onde estes colaboradores vivem e trabalham”, respondeu a empresa, não detalhando, no entanto, quantos casos se referem a isolamentos profiláticos ou infeções.

Com o regresso dos alunos às escolas, o normal seria o regresso ao funcionamento em regime de “horário de inverno” em toda a Carris. Mas, além de ser mantido o “horário de verão”, foi necessário recorrer ainda à suspensão das carreiras de bairro do reforço do elétrico 28.

O Observador apurou ainda que o elevado número trabalhadores com restrições relacionadas com a Covid-19 tem sido uma preocupação dentro da empresa, com a própria administração da Carris a admitir internamente os fortes constrangimentos causados pelo elevado número de funcionários indisponíveis para o trabalho.