O consumo de drogas ilícitas diminuiu em Portugal durante o pandemia, uma evolução que, pelo menos em parte, pode ser atribuída às restrições implementadas. Segundo o relatório “Comportamentos Aditivos em tempos de Covid – Alterações no consumo de drogas ilícitas”, citado pelo Público, mais de metade dos cerca de 4.600 utilizadores inquiridos mudou o consumo durante este período.

A droga mais consumida é a cannabis, cujo consumo foi reduzido por entre 30% a 40% dos utilizadores, sobretudo jovens entre os 18 e os 24 anos. A autora do estudo, Ludmila Carapinha, justifica estes dados com o facto de os jovens usarem a substância geralmente em contexto de socialização, com amigos, no exterior. Com as medidas da pandemia, este cenário foi restringido. O inquérito foi feito entre março e maio de 2021, com referência aos 12 meses anteriores à data de resposta.

A maior diminuição de consumo foi, porém, no ecstasy: mais de metade dos utilizadores (56%) disse ter recorrido menos vezes, uma tendência que também se está a observar noutros países europeus. Também aqui pode existir um efeito da pandemia, dado que, segundo a investigadora, a substância está igualmente associada a contextos de diversão e socialização. Além disso, o ecstasy foi o produto ilícito que mais viu a disponibilidade diminuir entre 2019 e 2020.

Já o consumo de cocaína base/crack e heroína não caiu: metade dos consumidores diz que consumiu o mesmo do que no período anterior.

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