Aqui ao lado, em Madrid, o sol brilha e as pessoas saem de casa sem medo de escorregar na neve. Aliás, a cidade regista esta sexta-feira 3,7ºC e está com o céu limpo, na hora de publicação deste artigo, de acordo com a Agência Estatal de Meteorologia. O metro, o comboio e os autocarros funcionam normalmente e os aviões estão a aterrar em Barajas. Se esta descrição tivesse sido escrita há um ano, seria completamente falsa, já que a capital espanhola estava paralisada pela tempestade Filomena.

Quando se ouviu o ministro do Interior espanhol, Fernando Grande-Marlaska, advertir “isto ainda não terminou”, pela primeira vez em vários meses, não era um aviso relativo à Covid-19, mas sim à onda de frio que assolou a capital espanhola. Garantiu ainda que o país estava a enfrentar “a tempestade mais intensa dos últimos 50 anos”, relatava o El País, há um ano. Para além disso, as autoridades locais pediram que os madrilenos ficassem em casa e limitassem as suas deslocações ao estritamente necessário.

Entre tanta neve e temperaturas geladas, a cidade ficou praticamente parada: as aulas foram suspensas, o aeroporto foi encerrado, em algumas estradas não era possível circular sem correntes nos pneus, algumas pessoas ficaram uma noite inteira presas dentro do carro abafado de neve até serem resgastadas, a pressão nos hospitais aumentou com a chegada de pacientes com lesões por quedas na neve e no gelo, ninguém recolheu o lixo e o exército teve de ser acionado.

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