“Sim, claro. Festejei com treinador como com todos os colegas de equipa. Ficou patente o espírito de grupo”, foi assim que Francisco Conceição (filho e avançado de Sérgio Conceição) respondeu à questão que era impossível evitar na flash interview da SportTV. Ou seja, como foi aquele abraço com o pai após o golo decisivo. Foi mais do que um abraço, foi um golo que valeu a liderança isolada. Após o jogo, o treinador do FC Porto, acabado de virar um jogo de 0-2 para 3-2, limitou-se, perante o mesmo tipo de pergunta, a dizer que “o Francisco fez o trabalho dele e fez o golo que deu a vitória”. “Noutras situações foram outros jogadores e dou abraços sentidos ao Francisco e aos outros, sobretudo quando se dedicam ao jogo. Podemos não ganhar sempre, apesar de querermos ganhar sempre, mas quando temos esses ingredientes os jogadores sabem que o treinador dá esse mérito”, acrescentou o treinador.

Sobre o jogo, o tão difícil jogo frente a uma equipa do Estoril que (não descurando as ausências nos dragões) teve uma semana muito complicada devido à Covid-19, Sérgio Conceição falou num resultado “justo contra uma equipa bem trabalhada, muito bem organizada e agressiva no seu processo defensivo”. “O Estoril condicionou muito aquilo que era a nossa dinâmica, apesar de eu pensar que na primeira parte podíamos ter feito mais. Entrámos não tão ligados ao jogo, como devia acontecer. Sabíamos da boa qualidade que existe, individual e coletiva, na equipa do Estoril”, acrescentou.

Sem problemas, acrescentando que os dragões podiam e deviam ter feito mais na primeira parte, Conceição, no dia em que celebrava dez anos como treinador, referiu que o “resultado no fim dos 45 minutos era justo para o Estoril”. “Depois na segunda parte fomos quem normalmente somos. Não sei se este tempo sem jogar e de festas condicionou um pouco, durante a semana não vi nada e estou sempre atento a essas coisas… depois a equipa foi muito agressiva, a proporcionar pouco ao adversário com bola, a criar muitas situações no último terço e naturalmente a chegarmos ao golo. É um resultado justo contra uma boa equipa, muito bem orientada. Valeu a persistência e o acreditar, mas não era preciso sofrer tanto. Há jogos assim e para quem viu aqui ou em casa foi um bom jogo de futebol”, acrescentou.

Foi uma semana complicada “sem acesso aos jogadores que estavam a treinar ou não e num momento que não é fácil”. “Temos de preparar as coisas com quem está disponível. Também tenho ausências e tentamos dar o melhor com o que temos. Cabia-nos ir à procura de um desfecho positivo, mas sabíamos que íamos encontrar uma equipa perigosa. E isso dá muito mérito ao que fizemos, principalmente na segunda parte”, elogiou Sérgio Conceição, que reforçou que, apesar da liderança isolada, “falta uma volta completa”, admitindo que foi ganha uma “batalha importante”, mas que ainda falta muito da I Liga.

Sobre Luis Díaz, mais uma vez o craque em evidência, Sérgio Conceição foi prático relativamente a uma possível saída, quando tanto se fala do interesse do Liverpool: “Não podemos adivinhar o que vai acontecer até porque os jogadores têm cláusulas de rescisão e se ‘baterem’ isso não há nada a fazer. Mas o projeto e intenção do FC porto é ficar com quem pensamos ser importantes para a equipa. O Luís tem-se destacado, mas com ajuda dos companheiros. A prova disso foi o intervalo. Penso que hoje foi difícil para o treinador tentar dar a equipa algo mais. Às vezes não conseguimos, até tiramos algo aos jogadores, mas hoje a equipa técnica esteve bem [risos], até a ler e no decorrer do jogo”.

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