O novo governo da República Checa pretende acabar com o uso do carvão na produção de energia até 2033 e aumentar o recurso a fontes renováveis e ao nuclear, segundo o seu programa divulgado esta sexta-feira.

As centrais a carvão geram atualmente cerca de metade da eletricidade no país.

“Vamos criar condições para a transformação energética e o desenvolvimento das regiões carboníferas que possibilitem o abandono do carvão em 2033″, refere o programa do governo liderado pelo conservador Petr Fiala.

O executivo anterior, dirigido pelo bilionário populista Andrej Babis, não tinha aprovado qualquer meta para deixar de usar o carvão, mas os seus conselheiros tinham mencionado 2038, objetivo que grupos ambientalistas consideraram pouco ambiciosa.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Sexta-feira, ativistas ambientalistas classificaram a nova data como injustificavelmente tardia.

“O governo checo sabe muito bem que a ciência climática nos diz que os países europeus precisam de abandonar o carvão até 2030”, afirmou Mahi Sideridou, diretor do grupo Europe Beyond Coal (Europa Além do Carvão), adiantando que o governo checo “precisa de acelerar o plano”.

Este membro da União Europeia pretende também aumentar a sua dependência da energia nuclear, enquanto a vizinha Alemanha quer acabar com o seu uso já no final deste ano.

A Alemanha e alguns outros membros da UE, como a Áustria, opuseram-se a uma proposta da Comissão Europeia que considera que, em algumas circunstâncias, a energia nuclear pode ser considerada sustentável para efeitos de investimento.

A República Checa produz um terço da sua eletricidade em seis reatores nucleares em duas centrais. Está a terminar um plano para construir mais um reator e a desenvolver outros.