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Veríssimo ganhou um jogo, uma ideia e um jogador: Paulo Bernardo (a crónica do Benfica-P. Ferreira)

Este artigo tem mais de 2 anos

Veríssimo apostou no 4x4x2, viu a equipa criar inúmeras oportunidades frente a um conjunto pacense reduzido a dez aos 45+2' e venceu o primeiro jogo como novo técnico a ganhar outras opções (2-0).

Paulo Bernardo entrou e foi um dos destaques da equipa na noite em que Grimaldo foi o MVP com um grande golo
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Paulo Bernardo entrou e foi um dos destaques da equipa na noite em que Grimaldo foi o MVP com um grande golo

Paulo Bernardo entrou e foi um dos destaques da equipa na noite em que Grimaldo foi o MVP com um grande golo

Ano novo, vida nova. Literalmente. Depois de uma semana particularmente agitada entre os dois clássicos no Dragão para a Taça de Portugal e para o Campeonato, com uma ameaça de motim por parte do plantel, a rescisão de Jorge Jesus e a promoção de Nelson Veríssimo, o Benfica iniciava 2022 apostado em apagar a instabilidade vivida ao longo do mês de dezembro e com uma reunião a juntar o estado maior do futebol que, entre outras decisões tendo em vista também a janela de transferências de janeiro, reformulava toda a equipa técnica de 11 para oito elementos (com um custo 80% menor) quase como uma confirmação extra de que o antigo treinador da equipa B vai mesmo ser aposta até ao final da temporada na Luz.

Benfica vence P. Ferreira e encurta distâncias para o Sporting no segundo lugar

No entanto, voltou a acontecer um pouco de tudo nos últimos dias. Sete infeções por Covid-19 entre terça e quinta-feira, que afastavam Vlachodimos, Vertonghen, Pizzi, Yaremchuk, Meïte, Radonjic e Svilar do jogo com o P. Ferreira. Mais uma série de revelações sobre a operação Cartão Vermelho ligadas a Luís Filipe Vieira mas com impacto direto negativo na realidade do universo benfiquista. Outros pormenores do que correra mal em todo o processo que levou à falta de resultados e à saída de Jorge Jesus, neste caso mais relacionados com problemas com estrutura e jogadores. Pelo meio, Veríssimo foi tentando blindar todo o grupo ao ruído exterior preparando aquela que seria uma “segunda estreia” como técnico na Luz.

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“Foi uma semana muito produtiva. Vai ser um jogo em que temos interesse em entrar bem, em dominar o processo de jogo e em conseguirmos os três pontos. Quero apelar à presença dos sócios e adeptos porque a história mostra que quando há uma ligação da equipa com os adeptos a força do Benfica é muito maior. Ausências pela Covid-19? É uma realidade que afeta todos os clubes. Temos um plantel que nos dá a garantia de que, mesmo não tendo alguns jogadores disponíveis por esse motivo, podemos apresentar uma equipa competitiva, com qualidade. Eles vão deixar-nos bem”, comentara o treinador dos encarnados, que nem mesmo perante a derrota do Sporting nos Açores tirou o foco do discurso apenas na sua equipa.

“Vou ser sincero: a minha preocupação é a equipa e o próximo jogo. Tudo o resto tento abstrair-me ao máximo. A pressão é a que vai de acordo com a exigência do clube, que é ganhar todos os jogos. Temos uma diferença pontual para os clubes que vão mais à frente mas a pressão é ter de ganhar, é lutar todos os jogos pela vitória. O nosso maior incentivo é jogo a jogo conquistar os três pontos, o que mudou é que podemos encurtar distâncias. A exigência e a responsabilidade continuam a ser as mesmas mas não temos margem para errar. Lutar pelos três pontos e ganhar. O objetivo passa por encurtar distâncias para os dois clubes que estão nos lugares da frente”, sintetizara perante a possibilidade de ficar a quatro pontos do segundo lugar dos leões, mantendo os sete de distância para o líder do Campeonato, o FC Porto.

Ainda assim, e mesmo entre essa margem nula para perder pontos, a receção ao P. Ferreira era também mais uma oportunidade para ver a resposta dos jogadores não só ao novo treinador mas também à nova ideia de jogo dentro de outro sistema tático que desfazia a linha a três na defesa e voltava ao 4x4x2 com dois avançados mais puros na frente. Falou-se ao longo da semana na possibilidade de Paulo Bernardo ser aposta inicial, podendo montar um figurino tático mais parecido com aquele que Veríssimo tinha na equipa B que lidera a Segunda Liga, mas o onze acabou mesmo por não ter grandes surpresas dentro das hipóteses existentes. “Entendemos que, em função do que queremos é um plantel mais curto, poderá dar mais competitividade”, explicara o técnico na véspera. Mas o mercado pode esperar e terá mesmo de esperar.

Naquilo que era o mais importante a curto prazo, o Benfica cumpriu na receção ao P. Ferreira, naquele que foi o primeiro triunfo de Nelson Veríssimo como novo técnico dos encarnados. Cumpriu porque ganhou o jogo, de forma convincente, por números que não expressam o domínio avassalador durante grande parte do encontro. Cumpriu porque ganhou uma ideia de jogo, com uma linha de quatro defesas e com dois avançados tendo dois jogadores de forma mais direta no apoio que no jogo entre linhas conseguiram criar inúmeras oportunidades entre os dois golos, as duas bolas na trave e duas mãos cheias de oportunidades falhadas. Cumpriu porque ganhou mais uma opção que parecia sobretudo um recurso na era Jorge Jesus mas que promete assumir outra preponderância com este técnico: Paulo Bernardo.

Ficha de jogo

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Benfica-P. Ferreira, 2-0

17.ª jornada da Primeira Liga

Estádio da Luz, em Lisboa

Árbitro: Vítor Ferreira (AF Braga)

Benfica: Helton Leite; Gilberto (Valentino Lázaro, 73′), Otamendi, Morato, Grimaldo; Weigl, João Mário (Taarabt, 83′); Rafa, Everton (Paulo Bernardo, 73′); Gonçalo Ramos (Darwin Núñez, 59′) e Seferovic (Diogo Gonçalves, 83′)

Suplentes não utilizados: Svilar, Ferro, Gil Dias e Gedson Fernandes

Treinador: Nelson Veríssimo

P. Ferreira: André Ferreira; Fernando Fonseca, Marco Baixinho, Nuno Lima, Antunes; Rui Pires, Eustáquio (Matchoi, 83′), Zé Uilton (Luís Bastos, 73′); Hélder Ferreira (Diaby, 55′), Juan Delgado (Lucas Silva, 55′) e Denilson

Suplentes não utilizados: Jeimes, Vekic, Maracás, Ibrahim e Flávio Ramos

Treinador: César Peixoto

Golos: João Mário (45+5′) e Grimaldo (75′)

Ação disciplinar: cartão amarelo a Otamendi (25′), Fernando Fonseca (45+2′), Antunes (57′), Matchoi (90′) e Paulo Bernardo (90+1′); cartão vermelho a direto a Denilson (45+2′)

Everton, com uma grande jogada pela esquerda a deixar Fernando Fonseca por terra, deu oportunidade a Seferovic de fazer o primeiro remate do encontro mas o cabeceamento do suíço, com apenas 75 segundos de jogo, saiu fraco para as mãos de André Ferreira. Os pacenses conseguiriam depois ter um pouco mais de bola para equilibrarem o ritmo dos encarnados mas os movimentos entre linhas sobretudo de Rafa foram fazendo a diferença, a ponto de estar nas três oportunidades flagrantes ainda nos 20 minutos iniciais: primeiro tirou Antunes do caminho com um toque, assistiu Seferovic mas o desvio saiu ao lado (10′); depois combinou com o suíço, que fez o apoio frontal, entrou na área e atirou a rasar o poste de André Ferreira (14′); por fim, viu Everton sacar outro lance de magia na linha de fundo mas atirou ao lado (17′).

[Clique nas imagens para ver os melhores momentos do Benfica-P. Ferreira em vídeo]

Foi preciso esperar até aos 20′ para o P. Ferreira arriscar uma finalização, num remate de longe de Nuno Lima de pé esquerdo que saiu ao lado. Mas foi também nesse momento que surgiu a melhor versão dos castores, equipa que teve um arranque irregular de temporada mas que levava duas vitórias noutros tantos jogos com César Peixoto no comando, mais capaz de ter bola e de jogar no meio-campo adversário até haver um certo descontrolo emocional no seguimento dos protestos por uma falta dura de Otamendi sobre Eustáquio que valeu cartão amarelo ao argentino mas que deixou os castores a pedir algo mais que o VAR não deu sequer indicação (25′). Pouco depois, numa segunda bola de fora da área, Gilberto arriscou a meia distância que passou perto da baliza dos visitantes. Estava dado o mote para nova aceleração (31′).

Na sequência de mais uma grande jogada pela esquerda, Everton ganhou e cobrou um livre lateral que Seferovic desviou de cabeça ao lado (37′) antes de Gonçalo Ramos receber do suíço, entrar na área e atirar tão colocado que a bola bateu mesmo na trave (41′). O Benfica voltava a conseguir criar ao primeiro toque de forma fácil mas continuava numa relação difícil com a finalização antes de um período de descontos que acabou por mudar todo o encontro: Denilson foi expulso com vermelho direito num lance em que atingiu Grimaldo com o pé no ombro depois de ter tentado aliviar uma bola (45+2′) e João Mário inaugurou mesmo o marcador no quinto minuto de descontos, aproveitando um ressalto na área depois de mais uma grande intervenção de André Ferreira perante Gonçalo Ramos de novo isolado na área.

O segundo tempo começou sem alterações e com o Benfica a tenta fazer uma espécie de prolongamento do momento que não chegou a ter após o golo de João Mário, criando logo a abrir mais duas situações com muito perigo por Seferovic de cabeça para grande defesa de André Ferreira (48′) e a sair ao lado (49′). A superioridade numérica fazia-se sentir porque os encarnados jogavam com a mesma intensidade mas, a partir do momento em que faltou ligação entre setores e a definição do último terço piorou, o P. Ferreira ainda acreditou e criou mesmo aquela que foi a melhor chance do jogo com Diaby, acabado de entrar, a passar por Otamendi e Weigl e a atirar um míssil para grande intervenção de Helton Leite (56′).

O encontro não deixou de estar controlado pelo Benfica, o P. Ferreira só por mais uma vez tentou rematar com algum perigo à baliza por Lucas Silva (72′, ao lado), mas faltava a qualidade da primeira parte para fazer a diferença ou um lance de magia que pudesse dar um safanão na tendência de passes errados, maus movimentos e fraca qualidade que se costumava a instalar. Foi nesse momento que apareceu mesmo aquele que ficaria como o melhor momento de todos no jogo, com Grimaldo a receber fora da área descaído sobre a esquerda, a preparar o remate e a colocar a bola no ângulo para o 2-0 (75′). O encontro estava de vez arrumado, com Darwin Núñez a ficar por duas vezes perto do golo num lance onde marcou mesmo mas estava adiantado (83′) e num desvio à trave a um par de metros da baliza após mais uma grande jogada de Paulo Bernardo, o jogador que melhor soube agarrar a oportunidade que teve (87′).

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