É o desfecho de dois anos de luta judicial pelo direito à eutanásia. O colombiano Victor Escobar morreu na sexta-feira, tornando-se a primeira pessoa no país sem doença terminal a ser eutanasiada legalmente, confirmou o seu advogado Luis Giraldo nas redes sociais.

Escobar, de 60 anos, sofria de doença pulmonar obstrutiva crónica, dependia de oxigénio e o seu estado tinha ficado agravado depois de dois acidentes vasculares cerebrais. O procedimento foi realizado numa clínica em Cali, capital da província de Valle del Cauca.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Atingimos a meta de doentes como eu, que não são terminais, mas degenerados, de vencer esta batalha, uma batalha que abre as portas para os outros que vêm atrás de mim e que agora querem uma morte digna”, disse Escobar numa mensagem de vídeo enviada às redações por Luis Giraldo, citada pela Reuters.

No dia seguinte à morte de Victor Escobar, Martha Sepúlveda, que sofria de esclerose lateral amiotrófica, também conhecida como doença de Lou Gehrig, morreu de forma medicamente assistida, anunciou o grupo de defesa de direitos humanos DescLAB. 

Na Colômbia, a eutanásia foi descriminalizada em 1997, mas só foi regulamentada a partir de 2014. Até agora destinava-se a pessoas com doenças terminais, tendo a primeira morte medicamente assistida acontecido em 2015. Em 2021, o Tribunal Constitucional estendeu o direito a uma morte digna para pessoas com doenças graves e com grande impacto na qualidade de vida.