Magawa, um rato africano cujo trabalho era detetar minas terrestres — e que lhe valeu uma medalha de ouro — morreu este fim de semana, com oito anos.

Na sua carreira de cinco anos, Magawa encontrou mais de 100 minas e outros explosivos no Camboja. Criado na Tanzânia e treinado durante um ano para detetar um químico específico presente nos explosivos, Magawa foi levado, em 2016, para Siem Reap, no Camboja, e cobriu mais de 141 mil metros quadrados de área, o equivalente a 20 campos de futebol.

Magawa estava em bom estado de saúde e passou a maior parte da semana a brincar com o seu entusiasmo usual, mas no final da semana começou a abrandar, a fazer mais sestas e a comer menos nos últimos dias”, explicou a associação Apopo.

A organização dedica-se  ao treino de ratos e cães para detetar explosivos com o faro, desempenhando depois missões em países que, tendo sido abalados por guerras, têm um problema relacionado com a presença de minas e explosivos ainda ativos e escondidos pelo território, conta a CNN.

O rato pesava 1,2 quilogramas e media 70 centímetros de comprimento. Embora pertença a uma das maiores espécies de ratos conhecida, Magawa era leve o suficiente para conseguir detetar minas terrestres sem correr o risco destas explodirem quando as pisava.

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Segundo a BBC, o rato africano era capaz de cobrir uma área equivalente a um campo de ténis em apenas 20 minutos, algo que levaria a uma pessoas equipada com um detetor de metais pelo menos um dia a fazer.

Em 2020, Magawa recebeu a medalha de ouro britânica PDSA, considerada a maior honra para um animal, pelo seu “dever de salvar vidas”. Foi o primeiro rato a receber esta condecoração em 77 de atribuições honorárias.  Em junho de 2021, Magawa reformou-se da sua missão, depois de “abrandar pelo avanço da idade”.

Cada [mina terrestre] descoberta por ele reduziu o risco de ferimento ou morte para as pessoas do Camboja”, salientou a associação.

Estima-se que existam cerca de seis milhões de minas terrestres no país sul-asiático. Segundo o New York Times, os conflitos no Camboja já resultaram na morte de mais de 64 mil pessoas.