Cerca de 5.000 estrangeiros em situação irregular em França receberam, em 2021, uma contrapartida financeira para o “regresso voluntário” ao seu país de origem, anunciou esta quarta-feira o chefe do Organismo francês da imigração e integração (OFII).

A França registou 8.000 regressos voluntários pagos em 2019, mas “a suspensão dos transportes aéreos e as dificuldades sanitárias [devido à pandemia de Covid-19] fizeram o número descer para cerca de 5.000 em 2021″, explicou Didier Leschi, referindo que, ainda assim, este indicador representa um valor mais alto do que em 2020, quando este tipo de regressos de migrantes se ficou pelos 4.500.

O diretor-geral do OFII foi esta quarta-feira ouvido pela comissão de Direito da Assembleia Nacional (câmara baixa do parlamento francês), antes de uma votação parlamentar sobre a sua nomeação para um novo mandato à frente do organismo.

O procedimento do “regresso voluntário” consiste na oferta pelo Estado de um voo e de uma quantia em dinheiro (pelo menos 1.850 euros) para encorajar um estrangeiro em situação irregular a sair de França e a regressar ao seu país de origem.

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“Estamos num período muito difícil do ponto de vista de expulsões (na fronteira) por causa da crise sanitária”, sublinhou Didier Leschi.

“Um dos desafios [do próximo mandato] será voltar a ter uma ação muito proativa para saídas voluntárias [de França], sendo que uma parte irá beneficiar depois de uma ajuda na reintegração” no país de origem, disse o responsável.

“Parece-me importante garantir que as pessoas, quando deixam de ter autorização de residência, regressam, nas melhores condições, ao seu país de origem e estabilizá-las, permitindo-lhes desenvolver uma atividade económica“, acrescentou o diretor-geral do OFII.

Em 2020, as expulsões de estrangeiros em situação irregular diminuíram para metade em França (51,8%), com 9.111 “remoções forçadas”, contra 18.906 no ano anterior.