Nunca mencionado diretamente o ataque informático que a SIC e o Expresso sofreram no passado 2 de janeiro, Marcelo Rebelo de Sousa disse esta quarta-feira que as “intromissões no domínio digital na atividades dos órgãos de comunicação social” portugueses é algo que deve ser visto com preocupação: “Há quem queira interferir para além das regras do Estado de direito democrático”.

No discurso de encerramento da conferência “Agora ou Nunca” sobre a regionalização organizada pela TSF, JN e DN, o Presidente da República lembrou que já tinha havido ataques informáticos semelhantes “em outros países”, mas que nunca nenhum “tinha tido esta dimensão” em Portugal.

Se por um lado é “preocupante”, por outro “é o reconhecimento do peso” da comunicação social. “Não há democracia sem comunicação social forte”, afirmou Marcelo, que a descreveu como um “pilar do estado democrático”.

As dúvidas do ataque de hackers que obrigou a Impresa a recuar no tempo. O que pode ter sido comprometido?

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A comunicação social deve ser “independente, livre e, nesse sentido, incómoda”, referiu o Presidente da República, dizendo que isso “faz parte das regras da democracia que os poderes públicos se habituem a uma comunicação social incómoda”.

Ataque informático destruiu arquivos do Expresso e da SIC

A SIC e o Expresso sofreram um ataque informático pelo Lapsus$ Group, que terá destruído todos os arquivos de notícias armazenados nos respetivos servidores. O Ministério Público já iniciou uma investigação e a Comissão Nacional de Proteção de Dados está também a avaliar os potenciais danos quanto a dados pessoais comprometidos.