Quase 40 crianças de uma creche de Macau foram colocadas, esta quinta-feira, em quarentena compulsória em quartos de hotel depois de um funcionário daquela instituição ter estado num banquete na China onde uma pessoa testou positivo para a Covid-19.

O funcionário em questão, que já testou negativo para a Covid-19, jantou, no domingo, na Vila de Tanzhou, da Cidade de Zhongshan, a cerca de 10 quilómetros de Macau.

Ainda assim, devido à política de casos zero no território, 87 pessoas da creche foram consideradas “indivíduos de contacto próximo por via secundária”, entre as quais 38 crianças, que, acompanhadas por um familiar, foram postas em quarentena obrigatória em quartos de hotel, explicaram as autoridades em conferência de imprensa.

A atividade da creche já foi suspensa, detalharam os responsáveis na mesma ocasião.

Além disso, uma outra pessoa que trabalha em Macau, num lar de idosos, também esteve nesse mesmo banquete no domingo. A pessoa em questão também teve negativo no teste à Covid-19, mas as 145 pessoas de contacto próximo por via secundária do lar de cuidados Sol Nascente “vão ser submetidos a observação médica no próprio lar e os trabalhadores serão sujeitos à gestão de contactos em circuito fechado”.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Na mesma conferência de imprensa, as autoridades revelaram que apenas 30% dos idosos nos lares de Macau estão vacinados, apesar de o programa de vacinação ter começado no primeiro trimestre de 2021, num território cuja população não ultrapassa os 700 mil.

As autoridades disseram que existem no território apenas 226 camas para doentes com Covid-19.

Os casos na China continental assim como em Hong Kong, apesar de reduzidos, estão a aumentar, a poucos dias da celebração da passagem do ano lunar com a família, na maior migração interna do planeta, e do início, em 4 de fevereiro, dos Jogos Olímpicos de Inverno.

O aumento do número de casos nas regiões vizinhas fez com que as autoridades de Macau reforçassem o alerta junto da população e a dizerem que um “surto de Covid-19 é provável” no território.

Por essa razão, os serviços de saúde apelaram às pessoas que instalem a aplicação móvel de rastreio de percurso individual da população para sinalizar riscos associados à Covid-19, cujo uso é para já voluntário, mas que será obrigatório em breve.

Na semana passada, após um surto ter sido registado em Hong Kong, Macau proibiu voos de fora da China de aterrarem no território, numa altura em que muitas pessoas, entre os quais portugueses, regressavam das férias de Natal.

Essa proibição está imposta até dia 23 de janeiro, contudo, as autoridades já admitiram que a medida pode ser prolongada.

Macau tem seguido a política de zero casos de Covid-19, registou apenas 79 casos, impõe quarentenas de regresso que podem chegar a 35 dias dentro de um quarto de hotel e não permite a entrada a quem teve Covid-19 nos últimos dois meses.

Assim como acontece na China continental, o governo de Macau passou a não considerar os casos assintomáticos para efeitos de contabilidade dos casos registados.