O português Joaquim Rodrigues Jr. (Hero) admitiu esta quinta-feira ter recuperado a “concentração” após “a difícil etapa” da véspera, terminando a 11.ª e penúltima tirada da 44.ª edição do rali Dakar de todo-o-terreno na terceira posição das motas.

Um dia depois do segundo aniversário da morte do cunhado, o piloto Paulo Gonçalves, na sétima etapa do Dakar de 2020, Joaquim Rodrigues concluiu a jornada de 345 quilómetros cronometrados a 2.26 minutos do vencedor, o argentino Kevin Benavides (KTM), com o britânico Sam Sunderland (GasGas) a ser segundo classificado, a apenas quatro segundos do argentino.

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“Hoje [esta quinta-feira] foi, definitivamente, um dia muito melhor para mim depois dos momentos difíceis de ontem [quarta-feira]. Felizmente consegui recuperar, esforcei-me e tive toda a concentração nesta etapa”, contou o piloto de Barcelos, melhor português neste penúltimo dia de prova.

António Maio (Yamaha) ficou preso nas dunas e terminou na 27.ª posição.

“A etapa de hoje [esta quinta-feira] foi a mais difícil de todas as disputadas até ao momento. Fizemos imensos quilómetros de dunas pequeninas e a grande dificuldade foi a areia muito mole. No início da especial consegui fazer uma boa navegação e estava muito motivado. No entanto, quando cheguei à zona das dunas, saltei, e a mota atascou”, explicou.

O capitão da GNR disse ainda que, “como a areia estava mole, a mota ficou completamente enterrada e foi muito difícil sair dali”, tendo perdido “imenso tempo”.

Já Rui Gonçalves (Sherco) foi 30.º classificado.

Na geral, Sam Sunderland recuperou o comando, agora com 6.52 minutos de vantagem sobre o chileno Pablo Quintanilla (Honda), com o austríaco Mathias Walkner (KTM) na terceira posição, a 7.15.

Quim Rodrigues subiu ao 14.º lugar, a 1:11.25 horas do líder. António Maio é, agora, 21.º e Rui Gonçalves o 23.º. Mário Patrão (KTM) foi 38.º e terceiro dos pilotos sem assistência e está na 43.ª posição, Alexandre Azinhais (KTM) foi 89.º e está em 68.º, e Arcélio Couto (Honda) terminou em 93.º e está em 80.º.

Paulo Oliveira (KTM) teve problemas mecânicos e ficou parado a meio da etapa, enquanto Pedro Bianchi Prata (Honda) perdeu algum tempo a tentar ajudar o piloto que corre com a bandeira de Moçambique.

Nos automóveis, o espanhol Carlos Sainz (Audi) conquistou a 41.ª vitória na carreira, segunda nesta edição.

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O francês Sébastien Loeb (BRX) tinha ganho, inicialmente, mais de quatro minutos ao líder, o qatari Nasser Al-Attiyah (Toyota), mas acabou penalizado em cinco minutos e, com isso, caiu de segundo para oitavo classificado da etapa.

O argentino Lúcio Alvarez (Toyota) foi promovido a segundo, a 3.10 minutos de Sainz, enquanto o sueco Mathias Ekström (Audi) foi terceiro, a 3.53.

Assim, Nasser Al-Attiyah subiu a sétimo, 39 segundos à frente de Loeb, e parte para o derradeiro dia de prova com 33.19 minutos do francês.

Miguel Barbosa (Toyota) foi esta quinta-feira 40.º e está na 35.ª posição. “Esta foi a etapa mais difícil do Dakar, tal como David Castera tinha prometido. Estamos satisfeitos de aqui estar. Amanhã [sexta-feira] disputa-se a última etapa desta edição que está prestes a acabar”, comentou o piloto de Lisboa.

Nos veículos ligeiros, o norte-americano Seth Quintero (OT3) bateu o recorde de vitórias em etapas numa mesma edição, chegando aos 11 triunfos (só não venceu na segunda etapa), ultrapassando o francês Pierre Lartigue.

Depois dos problemas da véspera, Mário Franco (Yamaha) foi esta quinta-feira 10.º classificado, a 46.36 minutos do norte-americano, e ocupa a 14.ª posição da geral, a 12:58.13 horas do líder, o chileno Francisco Lopez Contardo (Can-Am).

Nos SSV, o polaco Marek Goczal (Can-Am) venceu pela sexta vez nesta edição, num dia em que Luís Portela de Morais (Can-Am) foi quinto classificado, a 14.45 minutos.

“Foi um dia muito duro penso até que esta especial foi a mais difícil do Dakar 2022, mas correu tudo bem e fizemos um bom lugar na classificação. Estamos verdadeiramente contentes com a nossa prestação. Tivemos apenas um contratempo porque a determinada altura pensámos que tínhamos falhado um ‘waypoint’ e decidimos voltar para trás. Fizemos quase mais cinco quilómetros nas dunas, o que demora imenso tempo. Falta um dia espero que amanhã [sexta-feira] seja mais fácil que hoje [esta quinta-feira]”, disse.

Rui Oliveira (Can-Am) foi 26.º. Na geral, Portela de Morais está na sétima posição enquanto Rui Oliveira é 16.º.

Sexta-feira disputa-se a derradeira etapa, entre Bisha e Jeddah, com 164 quilómetros cronometrados.