Os 28.868 acidentes rodoviários registados no ano passado provocaram 389 mortos, 2.093 feridos graves e 33.812 feridos ligeiros, uma diminuição de todos os indicadores em relação a 2019, mas um aumento face a 2020, à exceção das vítimas mortais.

Estes dados provisórios globais constam do balanço do ano 2021 da sinistralidade e fiscalização rodoviária esta sexta-feira apresentados pela Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária (ANSR), que fez uma comparação com 2019, tendo em conta que 2020 foi um “ano atípico” devido à pandemia de Covid-19.

“Por comparação com o ano 2019 são visíveis os progressos positivos ao nível de todos os indicadores, superiores à redução verificada no consumo de combustível rodoviários (menos 11%) e consequentemente à circulação rodoviária: menos 19% de acidentes com vítimas, menos 18% de vítimas mortais, menos 9% de feridos graves e menos 22% de feridos leves”, destaca o balanço da ANSR.

Comparativamente com 2020, a ANSR precisa que se verificou um aumento de 9% do número de acidentes com vítimas (mais 2.367), uma ligeira diminuição de 0,3% de mortos (menos uma), uma subida de 14% de feridos graves (mais 264) e também um aumento de 10% dos feridos ligeiros (mais 3.106).

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Para a ANSR, estes resultados “são consequência, em grande medida, do facto do ano de 2020 ter sido um ano atípico, fortemente condicionado pelas restrições na mobilidade, e consequentemente com uma redução da circulação rodoviária, a qual teve um aumento em 2021, na mesma ordem de grandeza do aumento no consumo de combustível rodoviário: mais 5%”.

No entanto, também 2021 esteve condicionado pela pandemia e nos primeiros quatro meses do ano houve restrições nas deslocações, principalmente ao fim de semana, devido ao estado de emergência.

Os dados esta quinta-feira divulgados mostram também um reforço da tendência decrescente verificada ao nível das vítimas mortais e dos feridos ligeiros e uma estabilização dos feridos graves desde 2017.

Segundo o balanço provisório, os despistes originaram no ano passado o maior número de vítimas mortais (185, 48% do total) e as colisões o maior número de feridos graves (920, 44% do total), enquanto os atropelamentos fizeram 47 vítimas mortais (12% do total) o que representou uma redução de 20% face ao ano anterior.

A ANSR avança que as maiores diminuições no número de vítimas mortais verificaram-se nos distritos de Portalegre (menos 67%), Guarda (menos 46%) e Castelo Branco (menos 36%) e os maiores aumentos registaram-se em Bragança (mais 180%), Braga (mais 54% e em Vila Real (mais 50%).

Quanto ao tipo de via, a maioria das vítimas ocorreu nos arruamentos, estradas municipais, estradas nacionais e regionais, tendo as autoestradas registado uma redução de 33% nas vítimas mortais (menos 16) e um aumento de 36% nos feridos graves (mais 40).

De acordo com a ANSR, os meses de julho, agosto e setembro foram os que registaram o maior número de vítimas mortais (144, 37%), sendo que o maior número de feridos graves se registou em agosto, setembro e outubro (670, 32%).