A chefia do Estado Maior da Coreia do Sul confirmou que a Coreia do Norte fez dois disparos de mísseis balísticos de curto alcance, lançados da zona da província norte-coreana de Pyongan (leste), esta sexta-feira. Este foi o terceiro ensaio desde o princípio do mês.

O gabinete do primeiro-ministro do Japão e o Ministério da Defesa de Tóquio afirmaram, igualmente, que o mesmo lançamento foi detetado pela Guarda Costeira japonesa.

Poucas horas antes dos disparos terem sido detetados, a Coreia do Norte divulgava um comunicado contra as novas sanções dos Estados Unidos aplicadas em resposta contra os novos testes com mísseis de Pyongyang.

Sexta-feira, as primeiras notícias em Seul sobre os testes indicavam o lançamento de “projéteis” não identificados que acabavam de ser lançados “em direção ao leste”.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

O regime de Pyongyang admite “ações mais explícitas” se Washington mantiver a “confrontação”.

As últimas sanções dos Estados Unidos visaram em concreto cinco cidadãos norte-coreanos supostamente envolvidos na aquisição de equipamento e tecnologia para o programa de mísseis da Coreia do Norte e, ao mesmo tempo, advertia que vai pedir o envolvimento das Nações Unidas no sentido da adoção de outras medidas sancionatórias.

O teste anterior com mísseis balísticos da Coreia do Norte ocorreu na terça-feira.

A Coreia do Norte tem vindo a testar novas armas sendo que, de acordo com os Estados Unidos, os mísseis podem vir a ter capacidade nuclear capaz de ultrapassar os sistemas de defesa instalados na região.

Após os ensaios com mísseis de longo alcance, efetuados em 2017, e que, segundo Washington, demonstraram a capacidade das armas atingirem território norte-americano, o líder da Coreia do Norte iniciou contactos diplomáticos com o então presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em 2018.

As negociações falharam em 2019 durante a segunda cimeira depois de os Estados Unidos terem rejeitado os pedidos de Pyongyang para aliviarem as sanções.

Até ao momento Pyongyang tem negado retomar os contactos com a nova Administração norte-americana de Joe Biden.

Num comunicado divulgado esta sexta-feira, um porta-voz, não identificado, da Coreia do Norte defendia os testes como “um direito a exercícios de auto defesa” por parte de Pyongyang.

O mesmo porta-voz do regime da Coreia do Norte criticava as novas sanções dos Estados Unidos acusando Washington de manter uma postura de “gangster” acrescentando que o desenvolvimento do novo arsenal de Pyongyang enquadra-se no esforço de modernização dos equipamentos militares para fazer face às ameaças dos (países) vizinhos.

As armas hipersónicas que atingiu velocidades Mach 5 (uma velocidade cinco vezes superior à velocidade do som) constituem uma ameaça aos sistemas de defesa que se encontram instalados nos países da região.