Pedro Nuno Santos, ministro das Infraestruturas e da Habitação e cabeça de lista do partido socialista nas eleições legislativas pelo círculo de Aveiro, acusou Rui Rio, líder do partido social-democrata, quando à posição que manifestou quanto à TAP. “Deixava a empresa falir e abria outra ao lado”, diz o governante, finalizando a crítica ao presidente do PSD com a seguinte frase: “Cumprimento Rui Rio por ter tido a audácia de dizer o que teria feito como primeiro-ministro, mas fica claro o seu nível de impreparação para o cargo“.

As declarações de Pedro Nuno Santos no Facebook

Nas declarações, que foram partilhadas nas contas de redes sociais de Pedro Nuno Santos no Facebook e no Twitter, o responsável socialista diz que “um candidato a primeiro-ministro assume publicamente fazer aquilo que, infelizmente, muitos empresários em Portugal sofrem na pele: um devedor encerra a sua empresa, não paga o que deve aos credores e abre outra empresa ao lado, com outro nome, para continuar o mesmo negócio”.

Portanto, a solução de Rui Rio é que a TAP, empresa com 50% de capital público, ‘enfiasse’ um calote a todos os credores, incluindo empresas portuguesas e cidadãos nacionais que tinham obrigações da própria TAP. Um homem que pensa assim não pode ser primeiro-ministro”, acusa Pedro Nuno Santos.

Rebatendo alguns dos argumentos de Rui Rio quanto à companhia aérea de bandeira portuguesa, Pedro Nuno Santos diz que o Estado tem de continua a investir na TAP. “O Estado Italiano perdeu os 900 milhões de euros que já tinha injetado na Alitalia e ainda terá de injetar 1350 milhões na nova companhia aérea ITA”, referindo-se ao que foi decidido em Itália. “Portanto, 2250 milhões de euros para ficarem com uma Alitaliazinha”, afirma, afirmando que “Portugal continua com uma TAP”.

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TAP explica diferença de preços criticada por Rio com “lei da oferta e da procura” e diz que outras companhias fazem o mesmo

Pedro Nuno Santos tem sido a principal cara do PS quanto à posição do partido sobre a TAP. No debate de quinta-feira frente a António Costa, Rui Rio, também referindo o ministro socialista, mostrou um papel no qual, assegurou, estavam dois voos da companhia aérea com preços muito díspares: aquele que partia de Madrid para São Francisco (EUA) com escala em Lisboa ficava “a um espanhol” a 190 euros, enquanto o mesmo voo que partia de Lisboa ficava “ao português” a 697 euros. Ou seja, uma diferença de mais de 500 euros. “Mesmo o aeroporto de Lisboa [a TAP] serve de forma absolutamente indecente. (…) É companhia de bandeira, mas é companhia de bandeira espanhola ou de outro país qualquer. Quem paga somos nós. Isto é revoltante”, criticou.

Rio diz que cumprirá programa de reestruturação da TAP se formar governo

Em resposta à TAP, que disse que tal acontece devido “à lei da oferta e da procura”, o líder do PSD salientou que a TAP acumula prejuízos ao longo dos anos, que têm vindo a ser pagos “por impostos dos portugueses”. Além disso, referiu o “abanão fortíssimo” sofrido pela empresa devido à pandemia da Covid-19, e disse que teria optado pelo encerramento e, se houvesse interesse de privados, criar “ao lado, de raiz, uma companhia nova, como foi feito noutros países”.