Perto de 3.400 reclusos e doentes internados em unidades hospitalares estão inscritos para votar antecipadamente nas legislativas do próximo dia 30 de janeiro, confirma o Ministério da Administração Interna (MAI) ao Observador. Só nas prisões, foram quase 3.000 inscritos e nos hospitais outros 400, num “acréscimo de 29% face aos 2.627 inscritos para as eleições presidenciais”, compara o governo.

Feitas as contas, no caso das cadeias “houve 2.994 inscrições – mais 543 (21%) do que as registadas nas eleições presidenciais de 2021” e nos hospitais “400 inscrições- mais 224 (127%) do que as verificadas nas eleições presidenciais de 2021”, contabiliza a tutela.

Ora, estes 3.394 eleitores inscritos são os primeiros a votar para a nova composição da Assembleia da República, já a partir da próxima segunda-feira. Estipula a Comissão Nacional de Eleições que o Presidente da Câmara ou outro membro do executivo municipal se desloque ao estabelecimento em causa para que o direito de voto seja exercido, entre os dias 17 e 20 de janeiro.

Voto antecipado. Mais de 3 mil reclusos e doentes internados inscritos

No caso das prisões, caberá aos guardas prisionais garantir toda a segurança do processo, estando inclusivamente previsto um aumento de 10 euros no salário destes profissionais. Apesar do incentivo, o presidente do Sindicato Nacional do Corpo da Guarda Prisional, Carlos Sousa, lamenta a falta de meios humanos envolvidos. Em declarações à Rádio Observador, o dirigente sindical prevê, no entanto, que o “processo corra dentro da normalidade”.

Com o dedo apontado à Comissão Nacional de Eleições, o secretário-geral da Associação de Apoio ao Recluso vem também alertar para a falta de meios das prisões para organizar atos eleitorais. Segundo, Vítor Ilharco, apesar do número de reclusos incritos para votar antecipadamente ter aumentado, a abstenção entre a população das cadeias “está longe do aceitável.”

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