A investigadora franco-iraniana Fariba Adelkhah foi novamente presa por não ter respeitado as regras de sua prisão domiciliar, anunciou este domingo uma autoridade judicial iraniana.

“Infelizmente, [Fariba] Adelkhah violou, dezenas de vezes e deliberadamente, os limites estabelecidos no âmbito da sua prisão domiciliar e, como resultado, foi mandada de volta para a prisão”, disse o vice-diretor do poder judiciário, Kazem Gharibabadi, citado pela agência de informação da Justiça iraniana Mizan.

Fariba Adelkhah, de 62 anos, voltou a ser presa apesar de estar em prisão domiciliar desde outubro de 2020. A investigadora foi detida em junho de 2019 e acusada de pôr em perigo a segurança nacional do Irão, tendo sido condenada, em maio de 2020, a cinco anos de prisão. As acusações foram sempre negadas pela própria e pelos seus apoiantes.

Gharibabadi lamentou que a cientista tenha ignorado “repetidos avisos das autoridades judiciais”.

Na quinta-feira, o Presidente francês, Emmanuel Macron, considerou a decisão das autoridades iranianas “totalmente arbitrária”, afirmando que “toda a França” foi “mobilizada para a sua libertação”.

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O Ministério dos Negócios Estrangeiros francês tinha alertado no dia anterior que a reclusão “poderia ter consequências negativas” nas relações bilaterais e “reduzir a confiança” entre os dois países.

Gharibabadi considerou essas declarações como “infundadas”, denunciando aquilo que chamou de interferência de países estrangeiros no sistema judicial iraniano.

Fariba “Adelkhah é cidadã da República Islâmica do Irão e condenamos veementemente a intervenção de outros países no processo judicial”, disse.

O Irão não reconhece a dupla nacionalidade e trata os presos como cidadãos iranianos.

“É muito lamentável que as autoridades francesas (…) apesar de terem conhecimento das violações de [Fariba] Adelkhah, divulguem informações infundadas que são inaceitáveis”, acrescentou Gharibabadi.