Foi um encontro bem mais equilibrado do que a época e o momento que as equipas atravessam poderia fazer prever, teve mais golos do que os mais otimistas poderiam pensar mas acabou com o resultado que todos esperavam: num clássico emotivo e bem jogado, o Real Madrid conseguiu superar o Barcelona no prolongamento com golo de Fede Valverde e apurou-se para a final da Supertaça que está a ser jogada na Arábia Saudita, naquele que era um regresso de Carlo Ancelotti às finais pelo conjunto da capital espanhola que não passou ao lado do treinador. Nem isso nem o que era necessário melhorar em relação à partida com os catalães, que conseguiram marcar dois golos à equipa que é a melhor defesa da Liga.

Os tempos verbais que definem um clássico: o Barça vai ser melhor, o Real já é melhor e Benzema foi sempre o melhor

“Estou muito feliz pelo momento que estou a viver no Real Madrid. É especial, ainda mais com o Real Madrid. Neste último jogo atacámos muito bem mas temos de defender melhor. O Barcelona fez um grande jogo. Foi uma vitória muito importante para nós. Não a mais importante do mundo mas uma vitória importante. Foi um jogo com boas jogadas e boas equipas”, começara por dizer no lançamento da final.

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Custe o que custar, o (meio) golo de Félix não impediu Athletic Bilbao de chegar à final da Supertaça de Espanha (1-2)

“A equipa recuperou bem. Temos dúvidas com Alaba e Asensio, pelo que vamos avaliar a situação esta tarde [de sábado]. O plano passa por ganhar, obviamente. Conhecemos bem o adversário porque já jogámos com eles duas vezes. É uma equipa muito organizada, boa nas bolas paradas e que joga rápido”, acrescentara a propósito daquele que poderia ser o quinto troféu no Real Madrid depois de ter ganho uma Liga dos Campeões, um Mundial de Clubes, uma Supertaça Europeia e uma Taça do Rei em duas épocas.

Mas havia alguém de quem temos ouvido falar por outras razões nos últimos tempos em Portugal que podia fazer ainda mais história pelo clube: Marcelo. O lateral brasileiro que chegou ao clube há 15 anos tentava o 23.º troféu pelos merengues, entre quatro Ligas dos Campeões, três Supertaças Europeias, quatro Mundiais de Clubes, cinco Ligas, duas Taças do Rei e quatro Supertaças, e conseguiu assim ultrapassar Sergio Ramos, igualando Gento como o mais titulado dos clubes mais titulados. Por este andar, quando existe cada vez mais especulação sobre uma proposta da Turquia, uma coisa é certa: o lateral arrisca sair para tomar conta dos seus negócios como o Mafra como um elemento único na história. E a forma como entrou a alguns minutos do final e recebeu de imediato a braçadeira mostra bem o peso na equipa.

Marco Asensio não conseguiu recuperar a tempo e Ancelotti apostou em Rodrygo na direita para manter o seu 4x3x3, sendo que o brasileiro terminaria a primeira parte como a principal figura de um Real Madrid que entrou melhor, viu depois o Athl. Bilbao ter uma boa reação tentando jogar em saídas rápidas mas saiu mesmo na frente para o intervalo. Casemiro ainda colocou Unai Simón em trabalhos num remate colocado para defesa do internacional espanhol por duas vezes em minutos consecutivos (27′ e 28′) mas o guarda-redes nada conseguiu fazer no lance que originou o 1-0, de novo bem trabalhado da direita para o meio por Rodrygo com assistência para o remate na passada ao ângulo de Luka Modric (37′).

Logo no arranque do segundo tempo, Yeray Álvarez cortou uma bola com o braço na área e Benzema não perdoou da marca de grande penalidade para fazer o 2-0 com apenas 52′. A história da Supertaça ficava aí escrita em definitivo, com o Real Madrid a controlar depois da melhor maneira a vantagem sem que o Athl. Bilbao mostrasse em algum momento capacidade para partir para nova remontada como na última edição da prova apesar de beneficiar também de um penálti nos últimos minutos para reduzir a desvantagem num lance (que valeu também vermelho a Éder Militão) defendido por Courtois.