O pico desta vaga de Covid-19 em Portugal deverá ter lugar entre 20 e 24 de janeiro. São essas as previsões de um relatório elaborado pelo Instituto Superior Técnico (IST) em articulação com a Ordem dos Médicos, divulgadas pelo comentador Luís Marques Mendes este domingo.
O antigo líder do PSD diz ter tido acesso aos dados presentes nesse relatório, que preveem que podemos atingir a marca de 50 mil casos por dia durante este pico, o que se pode traduzir em cerca de 2.500 internamentos em enfermaria e 240 em Cuidados Intensivos. O número de mortes deverá ficar, em média, entre as 35 a 40 diariamente.
O cenário elaborado pelo IST — “uma instituição prestigiada”, como relembra o comentador — deixa claro, porém, que a confirmar-se este cenário, ele será muito diferente do ano passado. Apesar de o número de casos ser inferior, devido à menor transmissibilidade da variante em circulação à altura quando comparada com a Ómicron, Marques Mendes relembrou que, a 15 de janeiro de 2021, havia mais de quatro mil pessoas internadas e 622 doentes em UCI. O número de mortes era também bastante superior: 159 pessoas perderam a vida devido à Covid-19 neste dia. “O efeito vacinação amorteceu este choque”, considerou.
Crescimento económico e défice abaixo dos 4%
Marques Mendes também avançou com dados relativamente ao estado da economia. Segundo o comentador da SIC, nos próximos dias deverá ser tornado público que, apesar da pandemia, se registou ao longo deste ano um crescimento de 4,8% do PIB. Já a inflação terá ficado em 1,3%.
Quanto às contas públicas, o antigo líder do PSD garante que o défice permaneceu “claramente” abaixo dos 4% e que a dívida pública é atualmente de 127% do PIB.
Os números são, para o comentador, “dados bastante positivos”, porque demonstram que “a crise política em que estamos mergulhados não afetou a recuperação da economia”. O futuro, porém, é de “enormes incertezas”, com Marques Mendes a destacar o papel das incertezas geopolíticas, da evolução da inflação e os riscos da própria pandemia de Covid-19.
