João Cotrim Figueiredo foi a um hospital que deixou esta terça-feira de ser gerido em Parceria Público-Privada (PPP), o Hospital Beatriz Ângelo em Loures, para defender os acordos entre o Estado e os privados da Saúde. E disse mais: criticou António Costa e o PS por terem vendido “a alma ao diabo” nas negociações para a Lei de Bases da Saúde, que obstaculiza novas PPP.

As PPP nesta área têm vindo a terminar — resta apenas o Hospital de Cascais — e o candidato da Iniciativa Liberal quis ir ao hospital de Loures manifestar a sua discordância sobre o fim da gestão público-privada, que considera benéfica para os utentes e para o país.

Desde 2012 que o Hospital Beatriz Ângelo era gerido em regime PPP, pelo Grupo Luz Saúde, mas o acordo não foi renovado. À entrada do hospital, Cotrim apontou: “Do nosso ponto de vista, é um erro. Para parcerias deste tipo é necessária vontade das duas partes. Não houve acordo e os motivos têm de ser explicados”.

Os relatos que nos chegam do processo negocial são altamente estranhos. Não sei pormenores desta situação, não vou comentar este caso em concreto mas claramente não houve vontade política para continuar. Há PPP noutras áreas que são ruinosas, mas as Saúde eram boas”, apontou o candidato a primeiro-ministro.

Cotrim diz que “todos os relatórios independentes” indicam que as parcerias entre gestão privada e recursos públicos na Saúde eram benéficas “no custo financeiro, na qualidade do serviço, na satisfação dos utentes”. E o Beatriz Ângelo era mesmo “o hospital que tinha o segundo custo operacional por doente-padrão mais baixo da rede SNS. Agora vai encerrar [em modelo PPP]”, acrescenta Cotrim.

“Perguntem quanto era para o Estado o custo operacional por doente-padrão do Hospital de Braga quando era PPP e quanto é hoje — ainda para mais com prejuízo da qualidade do serviço e da satisfação dos utentes”, apontou.

O candidato da Iniciativa Liberal socorreu-se mesmo de contas feitas pelo Tribunal de Contas para dizer que “767 milhões de euros por ano podiam ser poupados no SNS se todos os hospitais tivessem a mesma eficiência que os hospitais em PPP”.

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