As Forças de Defesa e Segurança (FDS) moçambicanas anunciaram a captura em Cabo Delgado, norte de Moçambique, de um líder do movimento insurgente, natural da Tânzania.

O detido, identificado como Ali, 39 anos, foi capturado em Nangade juntamente com outros seis rebeldes, de acordo com a edição desta terça-feira do diário Notícias.

Ali dirigiu grupos rebeldes durante o último ano em Macomia e Mucojo, no centro da província, transitando depois para as bases insurgentes de Muera e Mocímboa da Praia, a norte.

Além de dirigir ataques, geria ações de recrutamento através das quais incitava ao extremismo, acrescentam as FDS.

O distrito de Nangade, onde foi detido, foi palco de um ataque no domingo em que grupos armados mataram, pelo menos, cinco pessoas e destruíram 200 habitações de construção tradicional, segundo relatos de residentes à Lusa.

O distrito fica no extremo norte de Cabo Delgado, fazendo fronteira com a Tanzânia enquanto a nascente é delimitado pelos distritos de Palma, vila dos projetos de gás, e Mocímboa da Praia, vila portuária reconquistada há cinco meses aos insurgentes.

A província de Cabo Delgado é rica em gás natural, mas aterrorizada desde 2017 por rebeldes armados, sendo alguns ataques reclamados pelo grupo extremista Estado Islâmico.

Grupos armados matam cinco pessoas e queimam casas em Moçambique

O conflito já provocou mais de 3.100 mortes, segundo o projeto de registo de conflitos ACLED, e mais de 817 mil deslocados, de acordo com as autoridades moçambicanas.

Desde julho, uma ofensiva das tropas governamentais com o apoio do Ruanda a que se juntou depois a Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) permitiu aumentar a segurança, recuperando várias zonas onde havia presença de rebeldes, mas o conflito continua em vários distritos e tem atingido a província vizinha do Niassa.

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