Para 2022, a Ford vai trocar o Fiesta com que nos últimos anos disputou o Campeonato do Mundo de Ralis (WRC), pelo novo Puma. Mais do que a nova denominação e as diferenças estéticas, o novo Ford Puma Rally1 foi concebido segundo o novo regulamento da Federação Internacional de Automobilismo (FIA), o que lhe permite ter mais e mais generosos apêndices aerodinâmicos, para incrementar o apoio e tornar o carro mais rápido, bem como alargamentos nos guarda-lamas para alojar vias mais largas.

Os tempos áureos do WRC ocorreram entre 1982 e 1986, quando uns supercarros do Grupo B forneciam potências que, em alguns casos, superavam os 500 cv. Uma série de acidentes, associados a críticas dos pilotos, que os acusavam de serem demasiado perigosos, motivaram o fim deste tipo de carros de competição. Contudo, passados 36 anos, eis que se volta a ultrapassar a mítica fasquia do meio milhar de cavalos.

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A responsabilidade do incremento de potência fica a dever-se ao novo regulamento da FIA, de que usufruem os três construtores que vão disputar as 13 provas do WRC de 2022. O motor 1.6 Turbo de quatro cilindros com aproximadamente 380 cv, em tudo idêntico ao utilizado até aqui, passa a ser ajudado por um motor eléctrico com 136 cv. O total, que será modulado, permitirá ultrapassar 500 cv – pelo menos, enquanto a bateria tiver energia.

Os novos carros de ralis, denominados Rally1, são híbridos e possuem uma bateria com 3,9 kWh de capacidade, que recarrega sempre que o piloto trava ou desacelera, que é tudo o que acontece sempre que não está a acelerar. Além de desfrutar dos 500 cv durante os primeiros 10 segundos na fase de arranque, ou até travar pela primeira vez, os novos carros podem depois ser conduzidos num dos três programas de utilização, definidos pelas equipas de acordo com o tipo de classificativa e a forma de conduzir do piloto.

O novo Ford Puma Rally1 irá disputar as 13 provas do campeonato, que começa a 20 de Janeiro no Monte Carlo e passa por Portugal de 19 a 22 de Maio. Ao volante em todos os ralis vão estar Craig Breen, que vem da Hyundai, e os menos conhecidos Adrien Fourmaux e Gus Greensmith. Contudo, a grande esperança da Ford deverá estar às costas do campeoníssimo Sébastien Loeb, que não irá fazer uma época completa, tal como o seu arqui-rival e conterrâneo, Sébastien Ogier. Tanto quanto se julga saber, Loeb deverá disputar cinco dos 13 ralis do campeonato, a começar já no Monte Carlo.

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