A porta-voz da Casa Branca disse esta terça-feira que a Rússia pode lançar um ataque contra a Ucrânia “a qualquer momento”, no dia em que foi confirmado para sexta-feira um novo encontro dos chefes da diplomacia de Washington e Moscovo.

“Estamos numa situação em que a Rússia pode lançar um ataque na Ucrânia a qualquer momento“, considerou a porta-voz Jen Psaki, referindo-se a uma “situação extremamente perigosa”.

“Não está excluída qualquer opção” do lado norte-americano para responder a semelhante ataque, acrescentou Psaki na resposta a uma eventual exclusão da Rússia do” Swift”, um circuito de transferências bancárias internacionais.

Previamente, um responsável do Departamento de Estado tinha anunciado que o chefe da diplomacia dos EUA, Antony Blinken, e o seu homólogo russo, Serguei Lavrov, vão encontrar-se na sexta-feira em Genebra (Suíça) para procurar uma “porta de saída diplomática” para crise entre a Rússia e a Ucrânia.

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“O secretário de Estado está envolvido a 150% para procurar uma porta de saída diplomática e é isso que verdadeiramente motiva” o encontro com o ministro dos Negócios Estrangeiros russo, indicou a fonte que solicitou o anonimato.

Em paralelo, alertou sobre a movimentação de tropas russas na Bielorrússia, que na sua perspetiva podem constituir uma nova ameaça para a Ucrânia.

Em Moscovo, o vice-ministro da Defesa, Alexander Fomin, confirmou o envio de tropas do extremo leste do país para a Bielorrússia, onde vão participar em exercícios militares, o que implica uma nova concentração de tropas junto das fronteiras ucranianas.

Fomin, indicou que estas manobras se destinam a fornecer uma resposta conjunta a potenciais ameaças externas por parte dos dois aliados, que mantêm estreitas relações políticas, económicas e militares.

Ainda esta terça-feira, o secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, e o chanceler alemão, Olaf Scholz, tinham excluído em Berlim uma resposta militar em caso de intervenção russa na Ucrânia, com o chefe da Aliança a sugerir novas discussões com o Kremlin.

“Haverá um elevado custo político, um elevado custo económico, se ocorrer uma intervenção e for violado o princípio da integridade territorial”, afirmou Scholz no decurso de uma conferência de imprensa conjunta, ao responder a uma questão sobre se admitia uma resposta militar.