Francisco Rodrigues dos Santos aproveitou uma visita ao distrito de Beja para atirar contra o PS, depois da notícia da demissão de 12 chefes da equipa de medicina interna do hospital de Beja devido à falta de médicos e sobrecarga de trabalho. O líder do CDS acusou o partido de António Costa de ser o “coveiro do SNS” e ter “cegueira ideológica”.

“Doze chefes do serviço de urgência demitiram-se porque dizem que não conseguem tratar doentes e atribuem a responsabilidade à sobrecarga do tempo de trabalho e à falta de médicos”, criticou, acrescentando que o CDS apresenta uma proposta para “aliviar a pressão sobre o SNS e para colocar os doentes à frente da ideologia”.

Os democratas-cristãos propõem uma “via verde de saúde” que permite “que todos os doentes que ultrapassaram o tempo de espera no SNS para uma consulta, exame ou cirurgia, possam ser atendidos sem custos nos hospitais particulares e social”.

Com a mira no mundo rural, Francisco Rodrigues dos Santos visitou a barragem do Alqueva, cuja obra, diz, “o CDS conseguiu adiantar em 10 anos” e trouxe “capacidade produtiva” à região, aumentou exportações e permitiu um crescimento turístico.

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Naquela que foi a última paragem do líder do CDS no Alentejo durante a campanha eleitoral, Francisco Rodrigues dos Santos optou por uma visita longe das populações locais (cumprimentou uma ou duas das poucas pessoas que ali paravam para tirar fotografia à paisagem). E foi sobretudo para os jornalistas que falou. Primeiro sobre saúde, depois sobre o que ali o trouxe: o mundo rural.

Com a mira no mundo rural, Francisco Rodrigues dos Santos visitou a barragem do Alqueva, cuja obra, diz, “o CDS conseguiu adiantar em 10 anos”

“É com bandeiras destas que nós vamos contrariar sondagens e urnas. Porque se há coisa que esta campanha já veio demonstrar é que por um lado temos o António Costa e os seus parceiros de extrema-esquerda que têm uma solução absolutamente esgotada para o país, que só apresenta mais impostos e taxas e pobreza para o país”, indicou. Já à direita, argumenta, há “várias correntes, mas só uma é conservadora nos valores e defende  a liberdade económica e o CDS tem mostrado que é o partido das liberdades”, adiantou.

Em específico sobre o que ali o trouxe, o Alqueva, e perante a insistência dos jornalistas, Francisco Rodrigues dos Santos defendeu que Portugal devia “aumentar a sua capacidade de exploração dos recursos hídricos na região”, que seja “adequada às necessidades produtivas do distrito de Beja”. Como? Diminuindo a dependência face a Espanha, garantindo autosuficiência. Francisco Rodrigues dos Santos voltou a apontar ao despovoamento, pedindo políticas de coesão territorial, como IRC bonificado para empresas que se fixem no interior do país.

Líder do CDS cumprimentou as (poucas) pessoas que passaram na barragem para tirar fotografias à paisagem

Mas a elencagem dos problemas específicos do Alqueva ficou para Francisco Palma, cabeça de lista do CDS-PP pelo círculo de Beja. O também presidente da Associação de Agricultores do Baixo Alentejo queixou-se da falta de proteção e “policiamento” daquele “ouro azul”. “[O Alqueva] não tem um policiamento eficaz, nomeadamente no que diz respeito à fronteira com Espanha”, criticou, acrescentando que se o regadio está “a crescer para o lado espanhol”, em Portugal” estão a “restringir a atividade”.