Inês Sousa Real surgiu junto na manhã desta terça-feira, junto à base áerea n.º 6, no Montijo, com galochas calçadas. Na primeira ação da manhã, a porta-voz do PAN quis alertar para uma bandeira que já antes defendia: opção Montijo para a construção do novo aeroporto não pode ser solução. As galochas? É uma forma simbólica: “Setúbal vai ficar alagada com o nível médio das águas. É um contra-senso estar a construir o aeroporto num sítio que vai ficar inundado daqui a 30 anos”, defende.

“Será assim ou de barco que teremos de vir para esta zona. É uma política claramente que vai meter água, mas também afundar muitos dinheiros públicos”, aponta Inês Sousa Real.

Em declarações aos jornalistas, logo no arranque do dia, a porta-voz do PAN foi também questionada sobre o texto de opinião publicado esta terça-feira por Manuel Alegre no jornal Público, em que o histórico socialista criticou o PS por se colocar na eventual “dependência do PAN”, acusando o partido de Sousa Real de “subverter o primado da pessoa humana e os fundamentos humanistas da nossa sociedade”.

Em resposta, Inês Sousa Real diz que Manuel Alegre “tem de se atualizar”. “Terá mesmo de se conformar com aquilo que é o salto geracional que existiu em termos de sensibilidade para com todas as formas de vida e para com o planeta”, sublinha.

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Sobre a CAP, que apelou esta segunda-feira à rejeição do voto em todos os partidos que admitam coligar-se com o PAN, Inês Sousa Real diz que “é estranho que a CAP ataque o único partido que tem defendido verdadeiramente a agricultura” e que “estes ataques só demonstram que o PAN tem estado no caminho certo”.

“Transporta-se melhor automóveis para outros países do que um animal, que é um ser vivo”, denuncia Inês Sousa Real em Sines

Inês Sousa Real visitou na tarde desta terça-feira o Porto de Sines, no distrito de Setúbal, para denunciar o transporte de animais vivos para outros países em condições indignas. “São inúmeras as denúncias que temos recebido por parte de ONGs, que dão nota das ilegalidades que são cometidas”, alerta. “Falamos de animais que chegam muitas vezes com patas partidas, cornos partidos, ficam cegos durante a viagem”, relata a porta-voz do PAN, que esteve reunida à porta do Porto com a Plataforma Anti-Transporte de Animais Vivos (PATAV).

A líder afirma que, desde 2016, aumentou o número de animais exportados por via marítima — um valor que passou dos 9 mil para atualmente mais de 400 mil ao ano.

Inês Sousa Real considera que o transporte de animais vivos nessas condições “não é uma forma digna de tratar os animais” e vai mais longe: “Transporta-se melhor automóveis para outros países do que um animal, que é um ser vivo”.

Enquanto prestou declarações aos jornalistas e enquanto conversou com um membro da PATAV sobre esta realidade, pelo menos cinco camiões passaram — uns entraram, com animais vivos, como vacas, outros saíram, já vazios. “Parte-nos o coração ver aquilo a que estes animais vão ser sujeitos durante longas horas de transporte”, lamenta Inês Sousa Real.

O PAN, que pediu uma reunião com o Conselho de Administração do Porto de Sines, alerta também para a “pouca transparência” em todo este processo e defende por isso a criação de mecanismos que incentivem a reconversão da atividade e abolir de vez o transporte de animais para outros países.

A caravana do PAN terminou as ações de campanha por hoje, com a visita ao Porto de Sines, em Setúbal. Esta quarta-feira, o dia é reservado ao distrito de Évora.