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Ventura diz que debate foi "virar de página" para a direita e que Bloco está a "perder terreno para PS e Chega"

Este artigo tem mais de 2 anos

À tarde, Ventura disse que o debate a nove entre os partidos com assento parlamentar pode ter aberto caminho a um entendimento entre a direita, mas à noite voltou a atacar os "partidos da elite".

André Ventura, presidente do Chega, passou o dia em Aveiro
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André Ventura, presidente do Chega, passou o dia em Aveiro

(Rui Oliveira/Observador)

André Ventura, presidente do Chega, passou o dia em Aveiro

(Rui Oliveira/Observador)

A caravana do Chega está de regresso à estrada depois do debate a nove que fez André Ventura marcar presença em Lisboa. O debate aconteceu na noite desta segunda-feira e o líder do Chega acredita que possa ter repercussões no resto da campanha e no dia das eleições. À chegada a Aveiro, e antes de uma viagem de moliceiro após a arruada por algumas ruas da cidade, o presidente do Chega admitiu que o debate pode ter sido um “virar de página que pode ajudar a direita a ganhar dinâmica para vencer as eleições”.

José Coelho/Lusa

“Admito que ontem se possa ter contribuído um bocadinho para virar [a página de uma não união à direita] com mais força”, sublinhou o líder do Chega, ao justificar que as intenções de voto no PS são altas porque o eleitorado “não vê uma solução de Governo” e que a direita tem um “caminho a fazer” caso o “objetivo final de afastar António Costa” seja maior do que as “diferenças” dos partidos de direita.

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Mais do que isso, Ventura considera que é preciso PSD, CDS, Chega e IL transmitirem a “perceção” de que, apesar das “diferenças” entre os partidos, “pode ser formado um Governo“. Aos olhos do líder do Chega, essa postura permitirá às pessoas perceberem que há um “caminho para andar”.

Questionado sobre o que mudou para que a ideia do pós-debate fosse, na visão de Ventura, mais favorável à direta, o líder do Chega enumerou vários temas, desde a economia, à saúde e à governabilidade, mas também a postura do candidato do PS: “Senti que António Costa não conseguiu dizer com quem vai governar e [senti] uma direita que conseguiu estar mais ou menos comum nas críticas e na solução.”

(Rui Oliveira/Observador)

Horas depois da arruada e do passeio no moliceiro, num jantar-comício também em Aveiro onde marcaram presença cerca de 100 pessoas, André Ventura começou a discursar já passava das 23h30. Apesar de não ter afastado a ideia de governo à direita, criticou os possíveis parceiros e estabeleceu (mais) linhas vermelhas no que toca às não-cedências do Chega. O líder do Chega olhou para os parceiros de direita, deparou-se com um “desnorte” e avisou: “Sem nós, a direita não conseguirá governar. Continuam incapazes de falar das pessoas comuns. IL, CDS e PSD tornaram-se partidos de alguns, de pequenos segmentos, de pequenas elites, incapazes de falar para o cidadão comum.”

Apesar de estar certo de que “só pode haver governo de direita digno se Chega fizer parte desse governo”, perante os militantes de Aveiro, André Ventura volta a traçar linhas vermelhas (além dos temas dos quais já disse que não abdica, nomeadamente reformas na Justiça, Segurança Social, Administração Interna e Agricultura). Desta vez, apelou à necessidade de a direita olhar para o fim das portagens, o preço da gasolina e o preço da eletricidade.

Mas havia mais um recado para ler nas entrelinhas. A mensagem é para que Rui Rio “não vá ao engano”, mas remete para os tempos da troika, de Pedro Passos Coelho e Paulo Portas: “Não aceitaremos repetir o que foi feito entre 2011 e 2015, que é cortar milhões em pensões. Um governo de direita tem de aumentar pensões e não diminuir as miseráveis pensões em que vivem os portugueses.”

Ventura assume que ficar atrás do Bloco é uma “derrota”

Ainda antes de André Ventura ter chegado a Aveiro — um círculo eleitoral em que são eleitos 16 deputados e em que o partido sonha conquistar dois —, Catarina Martins esteve no Bairro da Jamaica e aproveitou para criticar André Ventura ao dizer que “insulta o país com o seu racismo” e que “a maior derrota do Chega é Bloco em terceiro lugar”.

O presidente do Chega assume-o: esse cenário é uma “derrota” para o Chega. Mas respondeu à coordenadora do Bloco de Esquerda contra-atacando e dizendo que “o Bloco é que está a perder terreno para o PS e para o Chega”.

“O BE vai fazer tudo até dia 30 de janeiro. Continuo a achar que não somos um país racista e que o racismo serve para esconder a corrupção que está enlameada no Estado e o atraso económico”, sublinha, após Catarina Martins ter dito que o BE não aceita “o país do ódio e da gritaria, que se auto-destrói”.

Também no jantar-comício, o líder do Chega voltou-se a virar para o Bloco de Esquerda e para coordenadora do partido: “Com o país no estado em que está, o problema de Catarina Martins é derrotar André Ventura.” O presidente do Chega, em tom de troça, ainda disse que “Catarina Martins se converteu”, devido às alusões ao Papa no frente a frente entre ambos, e acusou o BE de “se estar nas tintas para os portugueses” e de “só querer votos, votos e mais votos”.

(Rui Oliveira/Observador)

Chega quer “bolsa de emprego público” para quem recebe RSI

Após as críticas ao “compadrio”, André Ventura prosseguiu para uma das bandeiras do Chega, o Rendimento Social de Inserção (RSI), dando Aveiro como exemplo por ser o local em que foi detido um “terrorista” que estava a “receber subsídios da Segurança Social”.

A insistência foi na “necessidade de fiscalizar a sério“, com a sugestão de um “regime que permita a fiscalização das chamadas manifestações de fortuna” e com “o regime de trabalho obrigatório, com a exceção de pessoas idosas ou inválidas”. Questionado sobre a coerência de colocar as pessoas a trabalhar sem um salário, Ventura insistiu: “A pessoa [que recebe RSI] deve contribuir com o que está a receber proporcionalmente” e argumentou com uma a utilização de uma “bolsa de emprego público que define que se recebe x trabalha três horas e se recebe y trabalha oito horas”.

Com a proposta, e com uma proporção apresentada por Ventura, voltou a ser questionado sobre o facto de haver pessoas que estariam a trabalhar para o Estado sem ser remuneradas com um salário fixo. “Não vão fazer um horário completo de trabalho, dependendo que estão a receber do estado faz-se uma proporção de horas, como uma prestação de serviços”, explicou.

“Temos de usar todos os mecanismos do Estado de direito para impedir os abusos, a fraude e o desperdício e uma das formas de o fazer é obrigar a trabalhar e criar um mecanismo de fiscalização”, argumentou o líder do Chega.

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