O presidente da Câmara Municipal de Cascais, Carlos Carreiras (PSD), assegurou esta sexta-feira que “está tudo preparado para que todos os eleitores votem em segurança” nas eleições legislativas, mas lamentou a falta de planeamento atempado da tutela.

“Ao fim de dois anos dá ideia de que não aprendemos nada a nível do planeamento e da previsão dos processos. Neste momento, estamos como estivemos em todo este processo da pandemia [de Covid-19]. A ter, por um lado, que interpretar as decisões das entidades do Governo Central e, por outro lado, a improvisar e a executar todas as medidas para dar a máxima segurança a todos aqueles que queiram ir votar”, afirmou Carlos Carreiras, em declarações à agência Lusa.

Questionado sobre o principal responsável da falta de planeamento, o autarca de Cascais, no distrito de Lisboa, considerou tratar-se da Assembleia da República por não ter promovido uma alteração à lei eleitoral.

“A Assembleia da República perdeu dois anos ao não alterar a lei eleitoral. A partir do momento em que não alterou a lei eleitoral, ela é mesmo muito restritiva e não dá grande flexibilidade para se encontrarem soluções alternativas”, argumentou.

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Contudo, Carlos Carreiras ressalvou que o município já tem preparado um conjunto de medidas pensadas para que os eleitores possam votar em segurança este domingo (voto antecipado) e no dia 30.

“Vamos ter autocarros a fazer testagem, para quem quiser testar antes de ir votar, vamos distribui equipamentos de proteção individual, […] e distribuir canetas a quem precisar”, enumerou.

Para este domingo estão inscritos cerca de 7.500 eleitores para exercer o voto antecipado no concelho de Cascais, que irá disponibilizar 16 mesas de voto.

“Uma má estimativa do Ministério da Administração Interna [MAI] estimava que em Cascais pudessem ser cerca de 40 mil os cidadãos que iriam votar antecipadamente. Nas eleições presidenciais andou na ordem dos 8.500 cidadãos e hoje [esta sexta-feira] soubemos que vão ser menos ainda. Mesmo assim, o MAI manda-nos 40 mil boletins de voto. Depois é devolver ou mandar para o lixo todos esses boletins de voto que vieram a mais. São 32 mil que não vão ser utilizados”, criticou.

Carlos Carreiras adiantou ainda que os dois momentos de votação para as eleições legislativas (23 e 30 de janeiro) vão mobilizar cerca de 1.500 pessoas para as mesas de voto e vários voluntários jovens do concelho.

“Um conselho que gostaria de dar às pessoas é que no dia 30 evitassem vir votar tanto na última hora [18h00-19h00], como na primeira hora da abertura das mesas [08h00-09h00], uma vez que na primeira hora os membros das mesas vão estar a descarregar os votos antecipados e poderão gerar-se filas”, aconselhou.

O Conselho de Ministros aprovou, na quinta-feira, uma norma que contempla uma exceção para as pessoas em situação de confinamento obrigatório devido à Covid-19 poderem sair de casa em 30 de janeiro para votarem nas eleições legislativas.

O Governo recomenda a estes eleitores para votarem entre as 18h00 e as 19h00, aconselhando os restantes cidadãos a fazê-lo entre as 08h00 e as 18h00.

A norma de exceção para o voto das pessoas em situação de confinamento obrigatório foi aprovada pelo Governo após o parecer do conselho consultivo da Procuradoria-Geral da República (PGR), que concluiu que estes eleitores podem votar presencialmente em 30 de janeiro para as eleições legislativas.

Esta sexta-feira, o MAI divulgou que se inscreveram para votar antecipadamente em mobilidade no domingo nas eleições legislativas 315.785 eleitores.

Os eleitores recenseados no território nacional puderam inscrever-se, entre domingo e quinta-feira, para votar antecipadamente em mobilidade.

Mais de 10 milhões de eleitores residentes em Portugal e no estrangeiro constam dos cadernos eleitorais para a escolha dos 230 deputados à Assembleia da República.