O fundador do Livre Rui Tavares afirmou esta sexta-feira que “a pressão para uma maioria absoluta não está a funcionar” e defendeu que é preciso “arrepiar caminho” e mostrar ao eleitorado que há soluções de convergência e entendimento à esquerda.

Em Braga, onde visitou uma loja de calçado ecológico, Rui Tavares apelou à “construção de pontes” à esquerda e sublinhou a necessidade de apontar “com clareza” aos portugueses a solução governativa que sairá das eleições de 30 de janeiro.

“Não vale a pena estar a pressionar os eleitores [para uma maioria absoluta] ou a esconder o jogo para o dia 31. O eleitorado não gosta de ser pressionado, ainda há tempo de arrepiar caminho e mostrar vontade de convergência e entendimento à esquerda”, referiu.

Vincando que “todos os estudos de opinião dizem” que o eleitorado não quer maioria absoluta, Rui Tavares reafirmou que o que é preciso é apostar na “clareza e convergência”.

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“O aviso à navegação que lançamos é que é importante construir pontes e não estar em plena campanha eleitoral a não as construir”, frisou.

Para o dirigente do Livre, “querer forçar as pessoas a uma maioria absoluta não é uma mensagem que esteja a passar”.

“Se a esquerda fizer um discurso diferente e mostrar que está ocupada em construir pontes, ela pode crescer”, disse ainda, advogando que a solução governativa poderá passar com uma “ecogeringonça”, que inclua o Livre.

Para Rui Tavares, o que é necessário é que “o resto da esquerda” diga com clareza o que quer fazer após as Legislativas de 30 de janeiro, para haver um Orçamento, um programa de Governo e uma agenda para um novo modelo de desenvolvimento.

“O que não está a funcionar é a pressão para uma maioria absoluta”, alertou.

A campanha do Livre passou esta sexta-feira por Braga, com uma visita à loja de calçado ecológico Zouri, que utiliza, como uma das matérias-primas, plástico recolhido nas praias.

Um projeto que, salientou Rui Tavares, “une várias linhas de pensamento” do Livre em termos de economia circular e de economia do conhecimento.

“Trata-se de trazer tecnologia para a indústria que já existe em Portugal, não deixar perder o conhecimento de manufaturas e de pequenas empresas familiares que em Portugal trabalham há gerações nestas áreas e, com isso, incorporar mais valor no produto que é feito em Portugal”, explicou.

Para o Livre, valorizar as pessoas e o conhecimento do território “é a solução para termos uma economia de alto valor acrescentado, que paga salários mais altos, que posiciona Portugal mais alto na escala de valor global e que permite reforçar a Segurança Social e ter serviços públicos de excelente qualidade”, rematou.