Os trabalhadores da Carris vão reunir-se dia 27 de janeiro em “plenário geral centralizado” para discutir a proposta de aumento salarial apresentada pela administração da empresa, disse à Lusa fonte sindical.

De acordo com Manuel Oliveira, do Sindicato Nacional dos Motoristas e Outros Trabalhadores (SNMOT), após a reunião desta sexta-feira com o Sindicato dos Trabalhadores de Transportes Rodoviários e Urbanos de Portugal (STRUP), as duas entidades sindicais decidiram a convocação de um “plenário geral centralizado”.

Segundo aquele responsável, o plenário irá decorrer na sede da Carris em Miraflores, distrito de Lisboa, no dia 27 de janeiro, entre as 10h00 e as 15h00, justificando a “amplitude de horário com o facto de querer resolver os problemas dos trabalhadores da Carris, mas causando o menor incómodo aos utentes” que precisam de utilizar o meio de transporte.

Na terça-feira, a administração da Carris iniciou com os sindicatos representativos dos trabalhadores a negociação para o Acordo de Empresa para 2022 e as atualizações salariais, altura em que as estruturas sindicais rejeitaram o aumento salarial de 10 euros apresentado, reivindicando uma subida semelhante à ocorrida no salário mínimo nacional (40 euros).

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Sindicato da Carris rejeita aumento de salário de 10 euros e pede subida igual à do salário mínimo

Segundo Manuel Oliveira, a administração da empresa demonstrou “elementos contraditórios” ao alegar que “não tinha orçamento aprovado, assim como a própria Câmara Municipal de Lisboa [gestora da Carris]”, mas anunciou “um aumento igual ao dado pelo Governo à Função Pública, de 0,9%”, que daria 10 euros.

“Trata-se de uma atualização irrisória que os trabalhadores consideram ofensiva”, frisou.

O SNMOT defende, pelo menos, um aumento semelhante àquele que ocorreu com o salário mínimo nacional, de 40 euros (6%).

“Nós queremos o aumento, mais do que justo, na Carris. Queremos contribuir para que o aumento médio do salário em Portugal possa subir em consonância com as declarações do nosso primeiro-ministro [António Costa] e do doutor Rui Rio [líder do PSD]”, argumentou.

Manuel Oliveira lembrou ainda que na reunião de terça-feira estiveram também em discussão as propostas da Câmara Municipal de Lisboa relativas a desconto no estacionamento para residentes e a gratuitidade nos transportes públicos para jovens e idosos, medidas que levantam muitas reservas aos sindicatos.

Em causa está o cumprimento de uma promessa eleitoral da coligação PSD/CDS-PP/MPT/PPM/Aliança, liderada pelo agora presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Carlos Moedas, que ganhou as eleições autárquicas de setembro, e que visa garantir passes gratuitos para os transportes públicos dentro da cidade a qualquer menor de idade, estudantes até aos 23 anos e pessoas com mais de 65 anos.

Outra da promessas eleitorais da candidatura de Carlos Moedas é o descontos de 50% no estacionamento em toda a cidade para os residentes em Lisboa.

Manuel Oliveira salientou não estar contra as medidas da autarquia, mas considerou que “não podem ser implementadas à custa dos trabalhadores da Carris“.