Os Estados Unidos já enviaram a prometida ajuda militar à Ucrânia, anunciou o Presidente Joe Biden. Washington também apoiou a decisão de três países bálticos — Estónia, Letónia e Lituânia — de enviarem para a Ucrânia armas fabricadas nos Estados Unidos.

O secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, elogiou, numa publicação no Twitter, a decisão dos três países, antigas repúblicas da União Soviética: “Acelerei e autorizei, e apoio totalmente, a transferência do equipamento defensivo que os aliados da NATO estão a disponibilizar à Ucrânia para fortalecer a sua capacidade de auto-defesa contra a agressão irresponsável e não provocada da Rússia.”

Na sexta-feira à noite, a embaixada dos EUA em Kiev publicou fotografias no Twitter de um carregamento que dizia ter acabado de chegar dos Estados Unidos, com “cerca de 200.000 libras [cerca de 90 toneladas] de ajuda letal, incluindo munições para os defensores da linha da frente na Ucrânia”.

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O carregamento comprova “o compromisso [de Washington] em ajudar a Ucrânia a fortalecer a sua defesa face à crescente agressão russa”, afirmou a embaixada.

Os chefes da diplomacia americana e russa concordaram, na sexta-feira, continuar as conversações sobre a Ucrânia, ainda que, até agora, não tenham conseguido resultados positivos para resolver aquela que é considerada a maior crise de segurança entre Moscovo e o Ocidente desde a Guerra Fria.

Alemanha recusa enviar armas. Kiev responde com críticas

Já a Alemanha tem recusado, até agora, enviar armamento, o que originou duras críticas por parte do governo ucraniano. O ministro dos Negócios Estrangeiros acusa Berlim de pôr em causa a união entre os aliados de Kiev e de “encorajar” Vladimir Putin.

No sábado, a ministra da Defesa alemã afirmou que Berlim vai construir um hospital de campanha na Ucrânia, mas afastou, por agora, a possibilidade de enviar ajuda militar.

“Os parceiros alemães têm de parar de dizer e fazer coisas que minam a união e encorajam Vladimir Putin a avançar com um novo ataque à Ucrânia”, escreveu o ministro dos Negócios Estrangeiros ucraniano, Dmytro Kuleba, no Twitter. Kuleba agradeceu o apoio e esforços diplomáticos da Alemanha nos últimos anos, mas sublinhou que esta recente posição “desilude e contraria esse apoio e esforços”.

A ministra da Defesa alemã, Christine Lambrecht, disse, em entrevista ao jornal Welt am Sonntag, que o novo hospital de campanha vai estar concluído em fevereiro, incluindo pessoal especializado, tendo custado à Alemanha 5,3 milhões de euros.

“Estamos com Kiev. Devemos fazer tudo o que está no nosso poder para resolver esta crise”, disse Lambrecht. No entanto, “o envio de armas não vai contribuir” para atingir esse objetivo, acrescentou.

Além dos Estados Unidos, Estónia, Letónia e Lituânia, também o Reino Unido e a Polónia enviaram já armamento para a Ucrânia.