Em 16 jornadas do Campeonato, o Sporting tinha perdido apenas quatro pontos. Empatou em Famalicão, empatou na receção ao FC Porto, em tudo o resto só somou vitórias. A campanha verde e branca era de tal maneira positiva que havia todas as condições para esta fosse a melhor primeira volta de sempre do clube leonino no Campeonato. A seguir, quando esse registo podia aparecer, os lisboetas sofreram a primeira derrota em termos nacionais frente ao Santa Clara nos Açores. Agora, com um triunfo em Vizela pelo meio, consentiu o primeiro desaire em Alvalade. Perdeu mais pontos em três rondas do que nas 16 iniciais.

Matheus Nunes aprendeu a lição que outros parecem ter esquecido (a crónica do Sporting-Sp. Braga)

Depois de cinco vitórias consecutivas diante do Sp. Braga, incluindo finais da Taça da Liga e da Supertaça, os leões caíram frente aos minhotos naquele que foi o primeiro insucesso de Rúben Amorim em casa como treinador, quebrando também uma série de 35 encontros consecutivos sem derrotas em Alvalade. No final, jogadores e treinadores juntaram-se e agradeceram aos adeptos com a habitual volta pelo estádio perante os aplausos que ouviam nas bancadas. Há muito que não se via este cenário, fosse no resultado, fosse na reação. Mas isso não invalida a realidade dos três pontos nos últimos nove possíveis, adensado com um impensável número de sete golos sofridos apenas nas derradeiras quatro partidas da Liga.

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“O penálti mudou o encontro. Na primeira parte dominámos o jogo, sempre que o Sp. Braga chegou à frente foi com ressaltos, como aconteceu num corte do Palhinha. Podíamos ter marcado mais. Na segunda parte o penálti mudou o jogo, ficámos intranquilos. Aconteceu, há jogos assim, agora é continuar”, referiu Rúben Amorim na zona de entrevistas rápidas da SportTV, com respostas mais curtas do é habitual.

“A derrota em casa tem um peso normal. Obviamente que é uma derrota, que tem sempre impacto. Esta equipa ainda não tinha passado por isso mas estamos a jogar muito melhor do que na última temporada. Há que continuar a trabalhar. Título mais longe? Nós só queremos ganhar o próximo jogo e jogar melhor. Os resultados são consequência do nosso trabalho e temos de ganhar”, comentou, tocando ainda nas falhas defensivas que voltaram a ser uma marca premente na equipa. “O jogo com o Santa Clara foi diferente… Falhámos no golo, tivemos falhas defensivas que não são normais. Não podemos ter essas falhas. Somos uma equipa grande. Mas melhores fases virão”, salientou o técnico a esse propósito.

“A reação depende agora da forma como se vai encarar o que aconteceu. Pode-se ganhar mais força, menos força. Eu por mim ganho mais força. Estou a começar a carreira. Mensagem aos adeptos? Dizer o mesmo de sempre: a nossa equipa tem orgulho por representar este grande clube. Há que trabalhar e ganhar jogos”, finalizou, projetando também a Final Four da Taça da Liga com meias na quarta-feira numa visão semelhante à que foi partilhada pelo capitão verde e brancos, Coates, também na SportTV.

“Vamos sempre tentar até ao fim, hoje viu-se isso. Tivemos melhores oportunidades em relação ao Sp. Braga, mas não marcámos e isso faz a diferença. Cometemos erros e isso custou-nos caro. Temos a nossa forma de jogar e nunca vamos deixar de tentar. Foi isso que nos deu o título no ano passado e vamos tentar ganhar novamente este ano. Mais complicado? Sim mas ainda falta muito. Nesta altura do ano passado tínhamos muitos pontos à frente e depois o Campeonato complicou-se. Por isso falta muito. A equipa continua a mostrar que está unida e junta, que vai dar tudo até ao fim. Taça da Liga? “Acredito nos meus companheiros, sei que vão dar tudo. Já faltei em muitos jogos e eles estiveram da melhor maneira”, frisou, perspetivando uma Final Four onde não marcará presença por estar ao serviço do Uruguai.