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A campanha aqueceu e o Bloco juntou as tropas no maior comício para lançar convite a Costa: "Reunião no dia 31 de janeiro"

Este artigo tem mais de 2 anos

À hora de almoço, Costa atacou: Catarina Martins não lhe dá "lições" e deve um "pedido de desculpas". BE quis dar a outra face e fez comício a pedir aos "esquecidos do PS" para "virar eleições".

Campanhas para as eleições legislativas de 2022: Ação de campanha de Catarina Martins, candidato pelo Bloco de Esquerda a primeiro-ministro. Comício no Pavilhão Carlos Lopes com Mariana Mortágua e Pedro Filipe Soares Lisboa, 23 de janeiro de 2022. FILIPE AMORIM/OBSERVADOR
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FILIPE AMORIM/OBSERVADOR

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As sondagens, a mancha de bandeiras cor de laranja que segue Rui Rio nas arruadas, a perceção crescente de que o PSD pode mesmo “virar” as eleições. A uma semana da ida às urnas, o Bloco de Esquerda percebeu que precisa mesmo de pressionar António Costa para mobilizar o eleitorado de esquerda que pode estar a ficar desanimado — e descrente. Para isso, juntou as tropas no maior comício da campanha, em Lisboa, tentou seduzir os “esquecidos do PS”, agigantou o papão da direita e rematou com um desafio: “O Bloco convida o doutor António Costa para uma reunião no dia 31 de janeiro”.

O convite veio da boca de Catarina Martins, que subiu ao púlpito diante de uma plateia que já estava bem aquecida pelos discursos de Pedro Filipe Soares e Mariana Mortágua e os gritos de “não passarão!” e “a direita não passará!”. Depois de ganhar esse balanço, a coordenadora bloquista falou aos que considera que podem “virar as eleições” (assumindo, assim que o perigo de a direita as ganhar é bem real): os que continuam indecisos e os “esquecidos do PS”, a quem promete “dedicar esta semana decisiva, porque merecem respeito e respostas”.

Campanhas para as eleições legislativas de 2022: Ação de campanha de Catarina Martins, candidato pelo Bloco de Esquerda a primeiro-ministro. Comício no Pavilhão Carlos Lopes com Mariana Mortágua e Pedro Filipe Soares Lisboa, 23 de janeiro de 2022. FILIPE AMORIM/OBSERVADOR

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E quem serão esses esquecidos? Segundo a bloquista, “os trabalhadores sem apoios, cuidadores informais, pessoas sem médico de família, alunos sem professores, função pública sem aumentos”, e por aí fora; gente que, acredita, “puxa por uma esquerda forte”.

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A corrida aquece agora que, como resumiu Catarina Martins, “já nem o PS acredita na maioria absoluta: era um fantasma de mau agoiro e desvaneceu-se”. Chegados a este ponto, e a sete dias das eleições, é preciso renovar a o apelo ao voto para “derrotar a direita”, e neste caso até o já célebre gato de Rui Rio, Zé Albino, entrou no discurso bloquista: “Se Rui Rio falasse tanto do seu programa como fala do seu gato, muito poucos o achariam simpático”.

Para isso será preciso que o Bloco, que nos cartazes se define como a “esquerda de confiança”, convença os eleitores do seguinte: um voto no BE é um voto “útil, eficaz e garantido” e que garante que o país não mergulha num “pântano” semelhante ao de António Guterres. Justificação sobre o voto contra no Orçamento: “Depois de uma legislatura em que curámos as feridas abertas pela austeridade, não se podia esperar mais tempo para responder às urgências que decidem o futuro”.

Depois, o futuro, o tal novo ciclo de governação que o BE diz querer criar. “O novo ciclo que se tem de abrir terá maior alcance. Chegou o tempo das alternativas”, seja na Saúde ou no Trabalho, áreas em que a esquerda falhou o entendimento neste Orçamento, explicou. E foi mais longe: se o PS, com o “jogo” da maioria absoluta, “criou um vazio e abriu o caminho à direita”, o Bloco sabe que essa tem de ser “vencida”.

Para fechar o discurso, o tal convite: “Digo ao doutor António Costa que o Bloco está disponível e o convida para que nos reunamos no dia 31 para trabalharmos uma agenda de medidas e metas para quatro anos. Levarei para a mesa as prioridades na saúde,no trabalho e no clima”. Com destino a Costa — o mesmo que ainda este domingo recusava aceitar “lições” de Catarina e sentenciava mesmo que o Bloco tem de pedir desculpa aos portugueses por ter votado contra o Orçamento.

Campanhas para as eleições legislativas de 2022: Ação de campanha de Catarina Martins, candidato pelo Bloco de Esquerda a primeiro-ministro. Comício no Pavilhão Carlos Lopes com Mariana Mortágua e Pedro Filipe Soares Lisboa, 23 de janeiro de 2022. FILIPE AMORIM/OBSERVADOR

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A intervenção de Catarina, que lançou uma semana que se prevê cheia de suspense e foco nas relações à esquerda, seguiu-se a outras duas, também elas motivadoras para as tropas do Bloco. Do mesmo palco, Pedro Filipe Soares acusava, minutos antes, o PS de “lavar a imagem” da “direita normalizadora do Estado Novo” (uma referência a Rui Rio, que disse ontem que em termos de eficácia a Justiça piorou desde o 25 de Abril) e apelava a Costa que parasse de queimar as pontes à esquerda: “Assumir erro é prova de inteligência”.

Já Mariana Mortágua agitava o mesmo perigo de um Governo de direita — “uma festa revanchista que se atiraria com gula aos hospitais, escolas, serviços públicos e a quem trabalha” — e que “não passará!” e as mesmas críticas a Costa, que quer “poder absoluto” e “faz birras”, mas terá de se entender com o Bloco. Por agora, o discurso levanta a plateia do Bloco nas cadeiras, mas Costa não dá sinais de fazer inversão de marcha na sua estratégia. O tempo está a contar.

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