O líder do CDS reconhece que tem tentado “marcar bem as diferenças” entre o CDS e os restantes partidos da direita. Diz que o faz porque “pela primeira vez da história vai a eleições com partidos à direita que estão sentados no Parlamento”, coisa que não acontecia antes porque “à direita do CDS existia uma parede”, observou, pegando num “princípio” de Paulo Portas.

Faz “sentido”, argumenta, que os portugueses “percebam o que distingue o CDS destes partidos e porque não faz sentido alterar o voto no CDS para estes partidos emergentes”. Questionado sobre se essa “barreira” caiu por “incompetência” do CDS, Rodrigues dos Santos defende que foi antes porque surgiram novos partidos. E aponta outras “várias razões” que não quis especificar.

É uma realidade que tenho de encarar como normal e contribuir para que o CDS se reerga mais forte apesar da concorrência”, disse, aos jornalistas, à margem da Feira do Fumeiro, em Montalegre (distrito de Vila Real), que já tinha sido ponto de passagem pelos antecessores, Paulo Portas e Assunção Cristas.

Rodrigues dos Santos voltou a comprometer-se com os comerciantes pela “defesa do mundo rural”. “Vou defender sempre estes setores — a agropecuária, a charcutaria, criação animal”. “Se vier aí o PAN sacudam-no para lá!”, chegou a atirar.

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O apelo ao voto: “Nunca podemos esquecer que pessoas más são eleitas por pessoas boas que não foram votar”

Francisco Rodrigues dos Santos não foi votar antecipadamente este domingo — como “conservador” que é, prefere esperar pelo dia 30. Mas esperava ver mais pessoas a votar antes do dia convocado por Marcelo do que aquelas que estão a optar por fazê-lo.

“A mobilização não era aquela que se estimava. Quando estive reunido com a ministra da Administração Interna (MAI), estimava que pudessem votar cerca de um milhão de pessoas hoje, vamos verificar que afinal no máximo são 200 mil”, disse, aos jornalistas.

De qualquer das formas, seja antecipado ou não, o presidente dos centristas apelou ao voto, porque “na democracia nunca podemos esquecer que pessoas más são eleitas por pessoas boas que não foram votar“.

Questionado sobre se considera que pode existir alguma “viciação” dos resultados pelo facto de várias centenas de milhares de pessoas estarem confinadas, o líder do CDS mantém essa leitura, como já tinha feito em meados da semana. “Quando se estima que poderão estar confinados 600 mil, 700 mil portugueses, é uma parcela significativa do nosso eleitorado. O que depois do ponto de vista da leitura dos resultados eleitorais poderá introduzir algum desequilíbrio e viciação dos próprios resultados” porque as pessoas têm receio de ir votar, observou. Ainda assim, não considera que os resultados devam ser impugnados, se essa questão se colocar.

As sondagens, diz, ainda mostram que “há muitos portugueses indecisos”, que o CDS espera conseguir convencer na próxima semana.