Depois de na tarde deste domingo ter respondido ao comunista João Oliveira, a porta-voz do PAN deixa agora bicadas ao Bloco de Esquerda. Uma narrativa que contrasta com aquilo que têm sido os discursos de Inês Sousa Real ao longo da última semana de campanha eleitoral.

Este domingo, Inês Sousa Real mostra que também está em jogo, ao deixar duras críticas aos bloquistas. Questionada sobre o facto de Catarina Martins ter desafiado António Costa para uma reunião no dia 31 de janeiro, Inês Sousa Real é clara: “Se o Bloco de Esquerda está de alguma forma a lavar a mão daquilo que foi a irresponsabilidade de termos uma crise política em cima de uma crise socioeconómica e sanitária sem precedentes, acho bem que o partido esteja finalmente disponível para dialogar se não o fez lá atrás”.

A líder do PAN garante que nos convites entre BE e PS “não se mete”, mas assegura que “estará cá para analisar os resultados” eleitorais de 30 de janeiro.

Se o PAN também gostaria de reunir com António Costa no pós-eleições? “Não gostaria de reunir nem no dia 31 de janeiro nem quando quer que seja, no sentido de uma agenda que estejamos aqui a planear”, diz Inês Sousa Real, esclarecendo que “o PAN nunca se demitiu desse tipo de reuniões e conversações”, não precisando por isso de estar a “projetar para o futuro algo que temos feito no passado”.

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Ataque e contra-ataque. Inês Sousa Real acusa comunistas de serem “negacionistas das alterações climáticas”

Não foi apenas um, mas dois ataques que mostram que a líder do PAN decidiu endurecer o discurso no arranque da segunda e última semana de campanha, ao responder também a João Oliveira, que este sábado criticou o PAN ao classificar o partido como uma “criação artificial ambientalista”.

Na resposta, a porta-voz do PAN contra-ataca, dizendo que “esse tipo de acusações em nada retiram a falta de responsabilidade que a CDU teve nestes últimos meses ao deitar abaixo o Orçamento do Estado”. Inês Sousa Real culpa também os comunistas por terem deixado o país mergulhado “numa crise política, em cima de uma crise socioeconómica e sanitária”.

À margem de uma visita aos Bombeiros Voluntários da Guarda, a líder do PAN acusa o PCP de ser “negacionista no que diz respeito às alterações climáticas”. Lembra também que Portugal será um dos países “mais afetados pela seca extrema e escassez de água” e que esse cenário vai afetar “muitos postos de trabalho”, para apontar que “para um partido que se diz trabalhista, também devia ter isso em consideração”.

Sobre como é que vê este ataque deixado por João Oliveira, que tem substituído Jerónimo de Sousa na liderança da caravana comunista nestas eleições em que PCP concorre uma vez mais coligado com o Partido Ecologista Os Verdes, Inês Sousa Real garante que o partido “não se limita a ser um pin na lapela de ninguém” e garante: “Não estamos preocupados em atacar as demais forças políticas, as pessoas estão fartas de tricas políticas, querem é soluções”.