A Geely não é apenas mais um fabricante de automóveis chinês e são vários os motivos que aconselham a tê-la em consideração. Para começar, é um dos poucos construtores que não pertence ao Estado chinês, o que não o impediu de crescer a um ritmo impressionante. Depois, hoje é dona, para além da Geely, da Volvo e da Polestar, além da Lotus, Proton, Zeekr, Link & Co e a empresa que fabrica os táxis londrinos. É ainda, através do seu CEO e fundador (em 1997), Li Shufu, o maior accionista privado da Daimler, que detém a Mercedes, possuindo ainda 50% da Smart, a meias com o grupo alemão.

Sempre à procura de novos mercados para crescer, a Geely apontou agora armas à Coreia do Sul. Para entrar num mercado difícil, onde a Hyundai e a Kia detêm uma posição maioritária, os chineses apostaram em encontrar num parceiro que lhes permitisse apressar o processo, em vez de montar uma empresa de raiz, o que seria lento e dispendioso. O parceiro escolhido foi o Renault Group, que além da Renault, Alpine, Dacia e Lada, inclui ainda a sul-coreana Samsung Motors.

O interesse da Geely nesta solução é evidente, mas os franceses têm também muito a ganhar. Pelo menos é esta a opinião de Luca de Meo, o CEO do grupo francês, que saudou o início desta parceria com a Geely, assumindo que com esta cooperação pretende “reforçar os 20 anos de presença da Samsung Motors no mercado da Coreia do Sul”.

Além do mercado doméstico da Samsung, a parceria Renault-Geely visa ainda usar a Coreia do Sul como base para fabricar veículos para avançar para outros mercados asiáticos. Para tal muito contribuirão os conhecimentos dos franceses no campo dos híbridos e híbridos plug-in, com os chineses a contribuírem com as inúmeras plataformas que pensam produzir e que até já prometeram vender a concorrentes, com o novo parceiro francês a juntar-se a este grupo.

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