O crescimento da atividade económica na zona euro abrandou novamente em janeiro pelo segundo mês consecutivo devido ao impacto da variante Ómicron, apesar de uma melhoria dos “estrangulamentos” que afetam as cadeias de abastecimento, anunciou esta segunda-feira a consultora Markit.

Num comunicado, a Markit afirma que o indicador PMI (Purchasing Managers Index) flash da atividade da zona euro desceu para 52,4 pontos em janeiro, menos nove décimas do que em dezembro e o valor mais baixo dos últimos 11 meses, embora ainda acima dos 50 pontos que separam o crescimento da contração.

A análise da Markit sugere que o abrandamento se deveu principalmente a uma desaceleração mais intensa da atividade no setor dos serviços, que caiu para os níveis mais baixos desde abril do ano passado.

“A rápida propagação da variante Ómicron levou à reintrodução de muitas medidas para conter o vírus nas últimas semanas, especialmente na Alemanha, França, Itália e Espanha, afetando particularmente as empresas voltadas para o consumidor e a indústria hoteleira e de restauração”, afirma a Markit.

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Os dados da Markit sugerem que as restrições na zona euro já se encontram no nível mais elevado desde maio de 2021, e as empresas inquiridas incluíram o “absentismo” dos empregados – devido a doença ou por terem de ficar confinados – como um dos fatores que prejudicam o seu negócio.

Segundo o inquérito, os setores do turismo e do lazer registaram as maiores quedas desde fevereiro de 2021, em contraste com o crescimento nas empresas industriais, que acelerou ao ritmo mais rápido desde agosto.

“Apesar dos problemas laborais que dificultam a produção em algumas fábricas, os problemas de abastecimento têm diminuído, ajudando a reforçar a produção num grande número de empresas”, destacaram os funcionários da IHS Markit.

Também se observam divergências no emprego, com os salários da indústria a crescer ao melhor ritmo desde julho, enquanto o crescimento do emprego no setor dos serviços abrandou para os níveis de maio de 2021.

O economista chefe da IHS Markit, Chris Williamson, afirmou que o impacto na economia da variante Ómicron parece “relativamente fraco” neste momento e insistiu que, embora as perspetivas para os empregadores do setor dos serviços tenham piorado, fizeram-no em menor medida do que em vagas anteriores da pandemia de Covid-19.

Contudo, advertiu que os preços dos produtos e serviços estão a subir a um ritmo recorde, pelo que “se esfumam as esperanças de uma melhoria iminente das pressões inflacionistas”.