A batalha furiosa entre dois peixes da espécie lúcio deu ao fotógrafo Luc Rooman o primeiro lugar no concurso Ocean Art 2021, a competição que quer ser o “testamento da destreza dos fotógrafos que trabalham debaixo de água”, como se lê no comunicado enviado às redações dos órgãos de comunicação social.

O momento foi captado durante um mergulho noturno em Domein Muisbroek, perto de Antuérpia (Bélgica). “Foi uma surpresa deparar-me com estes lúcios a lutar. Tive a sorte de fotografá-los”, reagiu na mesma nota. Já um dos editores do concurso, Scott Gietler, sublinhou que “para obter uma foto tão arrebatadora, o fotógrafo quase teve de ter uma relação pessoal com estes dois peixes”.

Eurico Roseiro também teve um daqueles momentos inesperados. O fotógrafo português estava no Recife de Armação de Pêra (Algarve) quando avistou vários peixes gobiidae, que costumam esconder-se, deixando apenas a cabeça de fora, quando veem mergulhadores. “Mas este pequenino não fugiu! Ficou lá no fundo a olhar diretamente para mim e parecia mesmo que estava a posar para a foto. Foi fantástico ver este comportamento invulgar”, referiu. Assim nasceu “Faz uma pose” que obteve uma menção honrosa na Categoria Macro Compacta.

Há ainda outra fotografia em mares portugueses. O terceiro lugar na categoria Conservação Subaquática — a imagem “A Baleia de Bryde com Rede Fantasma” — foi captada nos mares da ilha do Faial (Açores), pelo fotógrafo Michael Vogelsang, que quis “chamar a atenção para o perigo que as redes fantasmas representam para a vida marinha”. Acrescenta ainda que tentaram libertar o animal, mas não conseguiram — por isso, avisaram as autoridades locais. Porém, “foi uma visão muito triste para nós”, já que o mamífero poderá morrer “miseravelmente”.

No ano em que o concurso assinala uma década, o júri avaliou milhares de fotos de 81 países e acrescentou uma nova categoria — a categoria “Preto e Branco”– e o valor total dos prémios rondou os 35.000 dólares (cerca de 31.000 euros). “Nós estamos entusiasmados por ver que os fotógrafos continuam a viajar local e internacionalmente para tirar fotos incríveis. Para as melhores do concurso, eles nem tiveram de viajar para longe”,  disse Scott Gietler.

Entre tantas criaturas intrigantes, há a simetria de uma tartaruga, focas a brincar com algas, polvos a acasalar, mas também um alerta para a conservação dos mares como se pode ver na fotogaleria que o Observador preparou.

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