Rui Rio esclareceu esta segunda-feira que a hipótese de o Chega integrar um novo governo está “completamente excluída”. O líder social-democrata afirmou que cabe ao partido de André Ventura decidir se deixa ou não cair o novo Governo ou se o Chega “prefere ajudar a esquerda”, juntando os seus votos “aos do BE e do PCP”:

Em entrevista à Antena 1, Rui Rio indicou que, se ganhar as eleições, será da sua “iniciativa” falar com a Iniciativa Liberal ou com o CDS. “Será uma negociação preferencial”, caracteriza. Se mesmo assim os três partidos não atingirem a maioria, o Chega terá de decidir se apoia este governo ou “entrega” o poder ao PS.

O líder do PSD disse acreditar que, se as eleições fossem esta segunda-feira, ganharia as eleições, ainda que “falte uma semana”, algo que ainda poderá ser “útil” para cativar algum eleitorado, reconheceu. Sobre as sondagens, Rui Rio assegura que o PS “nunca teve 11, 10 ou nove pontos de distância do PSD”. “Saem sondagens com aquelas historietas”, atirou, acrescentando que lhe estranha o facto de o PSD subir dois pontos percentuais por dia.

Explicando o motivo pelo qual deve ganhar as eleições, Rui Rio sinalizou que se “deu a conhecer” ao longo de quatro anos e teve uma postura de “líder de oposição” correta. “Muitos críticos diziam que eu devia ser mais violento e ter um perfil de combatente e guerrilheiro”, lembrou, ressalvando que “na hora de eleger um primeiro-ministro” esses traços não cativam o eleitorado, que prefere alguém “com sentido de Estado” e “confiável”.

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Interrogado sobre o apoio de Luís Montenegro e Paulo Rangel, o líder do PSD considera que está a “ser genuíno” e acredita que não é movido “pelo cheiro de poder”.

Reforçando a mensagem de que António Costa vai ficar a falar sozinho, Rui Rio insistiu que o socialista cria um “bicho papão” e que “deturpa as propostas do PSD”. Sobre o regresso da austeridade caso os sociais-democratas voltarem ao poder, Rio assegurou que essa ideia “não tem pés nem cabeça” e que, se tal acontecesse, a culpa seria do primeiro-ministro, que colocou o país numa “má situação”.

Nas propostas para a economia, Rio apontou novamente para a descida imediata do IRC e que o IRS apenas seria reduzido no segundo ano, algo que sabe que não é “popular”, ao contrário daquilo que o PS defende. De acordo com o líder do PSD, os socialistas “defendem propostas que dão mais votos”, ao contrário dos sociais-democratas que votam medidas que dão “um melhor futuro às pessoas”.

Questionado sobre se já tem ministros eleitos, Rui Rio referiu já ter uma ideia e sublinhou que os membros do conselho estratégico nacional serão, caso for primeiro-ministro, a “principal zona de recrutamento”.