Para Portugal, ficou como os Jogos que valeram a quarta medalha de ouro de sempre do país por Nelson Évora e mais uma prata, de Vanessa Fernandes. Para a China, ficou, entre demais motivos como o facto de ter conseguido mais vitórias do que os EUA, como os Jogos em que o país conseguiu os três lugares do pódio no ténis de mesa masculino e feminino. Para o Mundo, ficou como os Jogos que consagraram dois dos melhores atletas de sempre: Michael Phelps, a Bala de Baltimore que alcançou oito ouros entre livres, mariposa e estafetas, e Usain Bolt, o jamaicano que se consagrou como o rei da velocidade.

“Lightning” Bolt. Momentos, recordes e palavras

“Venho da Jamaica, por isso não tenho experiência em desportos de inverno. Não gosto do frio, prefiro o calor. À parte do atletismo, os únicos desportos que pratiquei foram críquete e um bocado de futebol. Não pensava que os Jogos Olímpicos de Inverno me poderiam chamar a atenção mas não penso perder a edição de 2022 em Pequim no próximo mês. Em Pequim, a minha vida mudou por completo. Ainda recordo todos os detalhes de cada uma das minhas corridas. Terei sempre Pequim no coração porque foi onde começou tudo. Esses Jogos Olímpicos de 2008 mudaram a minha vida em menos de 30 segundos. O público e a energia que existia em 2008 naquele Ninho do Pássaro eram brutais”, destacou num artigo na Marca.

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Foi ali que Bolt, então a poucos dia de completar 22 anos, se “apresentou”. O jamaicano já tinha ganho o título mundial de juniores em 2003 mas esteve sobretudo a ser preparado para brilhar em Pequim. E não falhou: ouro nos 100 metros com recorde mundial, ouro nos 200 metros com recorde mundial, outro nos 4×100 metros que seria mais tarde retirado devido a um teste anti-doping positivo de Nesta Carter. Só mesmo no ano seguinte, nos Mundiais de Berlim, o velocista conseguiria fazer melhor, naquelas que são ainda hoje as marcas para o homem mais rápido de sempre… mais de uma década depois.

Agora, o jamaicano diz estar concentrado em “ser um bom pai e apoiar o atletismo de formas diferentes”. “Não sinto falta de correr nem de treinar, o que sinto falta é da energia dos espectadores”, destaca. Essa será a principal “lacuna” nos próximos Jogos Olímpicos de Inverno, com Pequim a fazer de tudo para evitar aglomerações que possam aumentar os contágios por Covid-19. Bolt estará presente… de outra forma.

“Quando vejo desportos de inverno, prefiro os de velocidade, como o esqui alpino, o snowboard e, claro, o bobsled e a equipa da Jamaica. Há muitos anos, a equipa de bobsled da Jamaica tornou-se famosa com o filme Cool Runnings [Jamaica abaixo de zero, tradução portuguesa], que inspirou muitas pessoas. Nos últimos Jogos Olímpicos de Inverno tivemos a nossa primeira equipa de bobsled feminino e fiquei encantado por terem chamado ao seu trenó ‘Mr. Cool Bolt'”, salientou no mesmo artigo de opinião.

Usain Bolt ganharia ainda as medalhas de ouro nos 100, 200 e 4×100 metros dos Jogos Olímpicos de 2012 (Londres) e de 2016 (Rio de Janeiro), entre um sem número de triunfos em Campeonatos Mundiais ao Ar Livre entre os quais o de 2009, em Berlim, onde fixou os recordes mundiais dos 100 e 200 metros.