O presidente da Fundação Amílcar Cabral disse esta quinta-feira que a candidatura dos escritos do líder histórico da independência da Guiné-Bissau e Cabo Verde ao programa “Memória do Mundo” da UNESCO “já avançou bastante” e será entregue este ano.

“Já avançou bastante, temos trabalhado com o Governo, com o Comité Nacional da UNESCO, com o Instituto do Património Cultural, temos trabalhado bastante, temos uma equipa encarregada do contacto com as instituições do Ministério da Cultura ligado a isso”, avançou Pedro Pires, à saída de um encontro com o Presidente da República de Cabo Verde, José Maria Neves.

A celebração do centenário de nascimento de Amílcar Cabral, que terá o seu ponto alto em setembro de 2024, a candidatura dos escritos ao programa “Memória do Mundo” da Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura (UNESCO) e outras atividades para os próximos três anos foram os propósitos deste que foi o segundo encontro entre o atual e o antigo chefe de Estado de Cabo Verde em pouco mais de um mês.

Sobre a candidatura, Pedro Pires disse que há uma equipa da Fundação Amílcar Cabral é liderada pelo professor Manuel Veiga, que é quem faz a ligação e a discussão com as restantes entidades.

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E garantiu que a entrega desse dossier na UNESCO vai acontecer durante este ano, embora ainda sem uma data precisa.

A inscrição dos escritos de Amílcar Cabral no programa “Memória do Mundo”, da UNESCO, é um dos desafios da FAC, que considera que mais do que um desejo, é uma “necessidade histórica”.

O programa foi estabelecido em 1992 com o objetivo de contribuir para a preservação do património documental mundial.

A Fundação Amílcar Cabral, que tem como missão a preservação da obra e memória do seu patrono, promoveu, no âmbito do seu Programa Editorial, a edição de várias obras de Amílcar Cabral, entre as quais se contam “Unidade e Luta”, “Cabo Verde: Reflexões e Mensagens” ou “A Emergência da Poesia em Amílcar Cabral”.

Em 2015, criou o espaço museológico Sala-Museu Amílcar Cabral, onde pretende dar a conhecer às gerações mais novas e aos turistas que visitam a cidade da Praia, a história da luta de libertação liderada por Cabral.

Assassinado em 20 de janeiro de 1973, em Conacri, Cabral foi fundador do então Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) e atual Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV) e líder dos movimentos independentistas dos dois países.