A aprovação, esta quinta-feira, do primeiro antivírico de toma oral contra a Covid-19 pela Agência Europeia de Medicamentos (EMA) é um bom progresso na “segunda linha de defesa” contra a pandemia, comentou a comissária europeia da Saúde.

“Estamos a fazer bons progressos na nossa segunda linha de defesa: Terapias promissoras que podem dar um contributo real para mitigar o impacto da Covid-19”, declarou a comissária Stella Kyriakides, após a EMA ter recomendado a comercialização do fármaco Paxlovid.

Apontando que se trata do sexto medicamento autorizado para o tratamento da Covid-19 ao abrigo da estratégia terapêutica da UE que cobre várias fases da doença, e antecipando que “mais virão nas próximas semanas”, a comissária sublinhou que o Paxlovid “é o primeiro antiviral oral para uso doméstico” do portfólio europeu, “e tem o potencial de fazer uma verdadeira diferença para pessoas com elevado risco de Covid-19 grave”.

Agência Europeia do Medicamento autoriza uso de Paxlovid, o antiviral da Pfizer

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A EMA recomendou esta quinta-feira a comercialização do Paxlovid, apontando que este medicamento da farmacêutica Pfizer está recomendado, nesta fase, para adultos que não precisam de oxigénio suplementar e que correm maior risco de desenvolver uma forma grave de Covid-19.

De acordo com a EMA, o Paxlovid é o primeiro medicamento antiviral administrado por via oral recomendado na União Europeia para o tratamento da Covid-19, contendo duas substâncias ativas em dois comprimidos diferentes, que reduzem a capacidade do coronavírus SARS-CoV-2 se multiplicar no organismo.

Para chegar à conclusão anunciada esta quinta-feira, o Comité de Medicamentos Humanos da EMA (CHMP) avaliou os dados de um estudo com doentes infetados, que demonstrou que o Paxlovid “reduziu significativamente as hospitalizações ou mortes em pacientes que têm pelo menos uma condição subjacente que os coloca em risco de Covid-19 grave”.

A maioria dos doentes participantes no estudo estava infetada com a variante Delta, mas a EMA espera, com base em investigação de laboratório, que o Paxlovid também seja ativo contra a Ómicron e outras variantes do SARS-CoV-2.

Esta autorização condicional de comercialização é um procedimento utilizado pela EMA para acelerar a aprovação de medicamentos durante emergências de saúde pública na UE, como é o caso da atual pandemia.

O regulador europeu é responsável pela avaliação científica, supervisão e monitorização da segurança de medicamentos na UE, trabalhando em rede com milhares de especialistas de toda a Europa, distribuídos pelos vários comités científicos.

A Covid-19 provocou 5.625.889 mortes em todo o mundo desde o início da pandemia, segundo o mais recente balanço da agência France-Presse.

Em Portugal, desde março de 2020, morreram 19.744 pessoas e foram contabilizados 2.443.524 casos de infeção, segundo a última atualização da Direção-Geral da Saúde.

A doença respiratória é provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de 2019 em Wuhan, cidade do centro da China.

A nova variante Ómicron, classificada como preocupante e muito contagiosa pela Organização Mundial da Saúde (OMS), foi detetada na África Austral e, desde que as autoridades sanitárias sul-africanas deram o alerta em novembro, tornou-se dominante em vários países, incluindo em Portugal.