O chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, efetua uma visita a Moçambique entre domingo e segunda-feira, durante a qual se reunirá com o Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, e visitará a missão militar da União Europeia (UE) no país.

O Serviço Europeu de Ação Externa, liderado pelo alto representante da UE para a Política Externa e de Segurança, anunciou esta quinta-feira que Borrell se desloca-se ao Quénia entre sexta-feira e sábado, seguindo-se a visita a Moçambique, onde terá encontros com Nyusi e com a ministra dos Negócios Estrangeiros, Verónica Macamo.

Entre os assuntos em agenda, contam-se “a cooperação entre UE e Moçambique, a implementação do Acordo de Paz e Reconciliação de Maputo, o trabalho da missão de formação militar da UE em Moçambique (EUTM Moçambique) e a abordagem integrada da UE para enfrentar os desafios de segurança em Cabo Delgado e províncias vizinhas”, de acordo com um comunicado do corpo diplomático europeu.

Durante a sua visita, o alto representante visitará o quartel-general e um campo de treino da EUTM Moçambique, bem como um projeto financiado pela UE sobre educação e resposta à Covid-19.

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Aquela que é a primeira missão militar da UE em Moçambique, dedicada a treinar tropas para enfrentar a insurgência armada em Cabo Delgado, arrancou no início de novembro passado e é comandada pelo vice-almirante Hervé Bléjean, diretor da Capacidade Militar de Planeamento e Condução, e, no terreno, a direção operacional cabe ao brigadeiro-general português Nuno Lemos Pires.

A missão, que deverá durar dois anos, vai fornecer formação especializada em combate ao terrorismo e sobre a proteção de civis, especialmente mulheres e raparigas, com atenção para o cumprimento dos direitos humanos, após inúmeros relatos que dão conta de terem sido violados por várias vezes durante o conflito.

Antes da visita a Moçambique, Borrell estará no Quénia, onde tem previstos vários encontros bilaterais, incluindo uma reunião com o Presidente, Uhuru Kenyatta, por ocasião da qual será lançado oficialmente o “Diálogo Estratégico UE-Quénia”.

Este “Diálogo Estratégico”, acordado em junho de 2021, visa reforçar a cooperação regional e multilateral da UE e do Quénia e centrar-se-á nas áreas da paz, segurança e estabilidade; democracia, governação e direitos humanos, incluindo a igualdade de género, o comércio e investimento, o desenvolvimento social, as alterações climáticas e transição verde, e a agenda digital.

O alto representante lançará também o Programa de Cooperação Quénia-União Europeia para o período 2021-2027, com um montante de 324 milhões de euros para os primeiros quatro anos, visando sobretudo a sustentabilidade e a resiliência ambiental, o desenvolvimento humano e a inclusão digital, e a paz e a estabilidade, com especial enfoque nas mulheres e na juventude.

Josep Borrell visitará também alguns projetos e iniciativas apoiadas pela UE no Quénia que trabalham na reforma da justiça para os mais vulneráveis, na criação de empregos verdes e no crescimento económico, e na vida selvagem e preservação dos recursos naturais.

O Serviço Europeu de Ação Externa aponta que esta deslocação do alto representante a África tem lugar em vésperas da VI cimeira UE-África, prevista para 17 e 18 de fevereiro, em Bruxelas.