A Rússia anunciou este sábado a conclusão de exercícios no distrito militar oeste (DMO), que inclui áreas de fronteira com a Ucrânia, Bielorrússia, países Bálticos e Finlândia, e o retorno das unidades aos seus quartéis.

“Todas as tarefas definidas para as tropas no contexto de verificar as suas capacidades de combate foram totalmente cumpridas”, disse o comandante-chefe do DMO, general-coronel Alexandr Zhuravliov, segundo a assessoria de comunicação do agrupamento militar.

De acordo com o estado-maior do DMO, as unidades de telecomunicações, engenharia e defesa química, biológica e radiológica estão ao seu quartel-general permanente. “Os aviões usados durante os exercícios também voltaram às suas bases”, disse um porta-voz da DMO à agência de notícias russa Interfax.

No dia 25 de janeiro, os distritos militares do oeste e do sul da Rússia anunciaram o início de exercícios para verificar a prontidão de combate das suas tropas.

As autoridades de Kiev e o Ocidente acusaram a Rússia de ter concentrado cerca de 100.000 soldados na sua fronteira com a Ucrânia com a intenção de invadir novamente o país vizinho, depois de ter anexado a península ucraniana da Crimeia, em 2014. A Rússia negou essa intenção, mas disse sentir-se ameaçada pela expansão de 20 anos da NATO ao Leste europeu e pelo apoio ocidental à Ucrânia.

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A Ucrânia está envolvida numa guerra com separatistas pró-russos na região industrial do Donbass, no Leste do país, desde 2014, que diz ser fomentada e apoiada militarmente por Moscovo. A guerra no Donbass já provocou cerca de 14.000 mortos e 1,5 milhões de desalojados, segundo a ONU.

As autoridades de Moscovo recusam-se a falar com o Governo de Kiev sobre o conflito, alegando que a Rússia não está envolvida, e defendem que os ucranianos devem antes discutir a questão com os líderes separatistas de Donetsk e Lugansk.

Na sequência do conflito, Rússia, Ucrânia, Alemanha e França criaram uma plataforma de diálogo conhecida por Formato Normandia, mas os líderes dos quatro países não se reúnem desde 2019. Conselheiros políticos dos quatros líderes reuniram-se na quarta-feira, em Paris, e marcaram um próximo encontro para fevereiro, em Berlim, mas não discutiram a realização de uma nova cimeira, que tem sido sugerida pelo Presidente da Ucrânia.