A norte-americana Allison Fluke-Ekren terá liderado o batalhão Khatiba Nusaybah, formado exclusivamente pelas mulheres dos soldados do Estado Islâmico (ISIS, na sigla inglesa), avançou o departamento de Justiça dos EUA este sábado,  citado pelo The New York Times. Presa na Síria em data não específica, está desde sexta-feira nas mãos do FBI, no estado da Virgínia. Se for condenada, poderá enfrentar até 20 anos de prisão.

No papel de líder do Khatiba Nusaybah, terá treinado as esposas dos jihadistas a usar armas AK-47, granadas e cintos explosivos em atentados suicidas, e terá ensinado também crianças a usar Kalashnikov. Ao todo, terão sido mais de 100 mulheres e meninas a receber instruções da norte-americana. No depoimento do FBI, uma testemunha é citada, afirmando que um dos filhos de Fluke-Ekren foi visto com uma metralhadora, quando tinha apenas 5 ou 6 anos. Fluke-Ekren teve vários filhos, porém não está claro quantos nem se conhece o paradeiro dos mesmos.

Com base no depoimento de seis pessoas, a mulher terá atuado na Síria entre 2014 e 2017. Neste período, revelou intenção de explodir um centro comercial nos EUA, utilizando um carro bomba. Para ela, um ataque que não matasse um grande número de pessoas era um desperdício de recursos.

Natural do Kansas (Texas), onde era professora, planeou ainda atacar um campus universitário nos EUA, sem revelar que universidade seria. A queixa referiu que o seu plano foi apresentado a Abu Bakr al-Baghdadi , líder do autoproclamado Estado Islâmico na época, que aprovou o financiamento para o ataque, mas que acabou por não ser realizado, pois Fluke-Ekren descobriu que estava grávida.

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O marido, comandante dos atiradores de elite na Síria e cuja identidade não foi revelada, morreu num bombardeamento contra o ISIS. O casal conheceu-se nos Estados Unidos e foi para o país árabe com 15 mil dólares (cerca de 13 mil euros), destinados à compra de armas.

Fluke-Ekren tentou enviar uma mensagem para a família com o objetivo de enganá-la, fazendo-a acreditar que estava morta para que o governo dos EUA não tentasse encontrá-la. Ela queria morrer como mártir na Síria.

Número de mortos em ataque do Estado Islâmico a prisão na Síria sobe para 373

A descoberta de que uma cidadã norte-americana subiu na hierarquia do ISIS — algo extremamente raro — ocorre na mesma semana em que o grupo ressurgiu na Síria, com um ataque a uma prisão onde um grande número de combatentes da organização estava preso.