O Centro Hospitalar do Entre Douro e Vouga (CHEDV) passa esta segunda-feira a disponibilizar os seus tratamentos oncológicos no Hospital de São João da Madeira, após dois anos em que, devido à Covid-19, esses foram realizados numa unidade privada.

O hospital de dia para doentes com cancro começou por funcionar no Hospital São Sebastião, que, em Santa Maria da Feira, é a sede do centro hospitalar com unidades também em São João da Madeira e Oliveira de Azeméis, todas elas no distrito de Aveiro e partilhando um universo de 350.000 utentes.

Em abril de 2020, contudo, esse serviço foi transferido para a estrutura privada Maio Clinic — Lenitudes S.A., a cerca de dois quilómetros de distância do Hospital da Feira, que dessa forma libertou espaço para mais enfermarias afetas exclusivamente ao vírus SARS-CoV-2.

Agora, os tratamentos oncológicos regressam ao CHEDV, mas, em vez de serem devolvidos ao Hospital São Sebastião, passam a ocupar um dos três pisos da unidade de São João da Madeira — após uma adaptação que incluiu a instalação de uma nova rede informática para o efeito, a criação de uma área mais ampla para acolher os tratamentos, a extensão da rede de abastecimento de oxigénio e outros gases, e arranjos gerais a nível de pintura e mobiliário.

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A transferência também implicou “alterações importantes ao funcionamento da cirurgia de ambulatório nesse hospital, uma vez que uma parte do espaço agora ocupado era utilizado para apoio a essa atividade”.

O presidente do conselho de administração do CHEDV, Miguel Paiva, adianta à Lusa, no entanto, que a transferência ainda não é definitiva: “O plano de investimentos do CHEDV prevê que o Hospital de Dia de Oncologia ocupe instalações próprias dentro do São Sebastião, na Feira, mas com um acesso autónomo para que os doentes não se cruzem com os restantes utentes da unidade. Só que enquanto a construção desse espaço não avança foi necessário concretizar a saída da unidade privada”.

Termina assim a contratação de um espaço externo que, embora dinamizado com técnicos e equipamento do CHEDV, vinha custando 56.000 euros a cada oito meses.

Miguel Paiva realça, ainda assim, que a decisão é um passo natural nesta fase da pandemia, uma vez que a parceria com a Lenitudes — expressa também na disponibilização de espaço para a consulta externa de oncologia do CHEDV — se desenvolveu “de forma normal e satisfatória”, justificando que a estrutura do Serviço Nacional de Saúde mantenha “uma boa relação” com aquela entidade privada.

Foi devido a essa relação, aliás, que o Serviço de Oncologia Médica do CHEDV realizou em 2021 um total de 16.900 consultas, com um prazo médio de espera de 11 dias. Quanto a tratamentos, o mesmo hospital de dia realizou no ano passado 3.910 sessões.