A Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP) saudou esta terça-feira a referência a consensos na Concertação Social feita por António Costa, na noite das eleições legislativas, no domingo, considerando tratar-se de “uma declaração da maior relevância política”.

Em comunicado, a CAP, enquanto parceiro social, “saúda a referência feita ao país pelo Dr. António Costa na noite das eleições, acerca da promoção de consensos com os diferentes parceiros em sede de concertação social”.

“É uma declaração da maior relevância política”, sublinha a confederação patronal presidida por Eduardo Oliveira e Sousa.

Para a CAP, “a disponibilidade para dialogar com os parceiros sociais em matérias centrais para a vida económica e social do país é, assim, um sinal de enorme maturidade democrática”.

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Sobre os resultados eleitorais, que deram uma maioria absoluta ao PS, a confederação defende que “sem sombra de dúvida que os portugueses escolheram a estabilidade política e optaram por um Governo de um só partido”.

Segundo a CAP, “um grande resultado eleitoral implica uma grande responsabilidade política” pelo que considera “um sinal positivo o compromisso já assumido pelo PS para abrir pontes construtivas de diálogo com o setor agrícola”.

Para a confederação, a agricultura e as florestas “devem ser uma pasta com peso político e estar em sintonia com a União Europeia”.

“A agricultura e as florestas devem estar no mesmo centro de decisão política, tal como acontece nos instrumentos financeiros e no funcionamento da União Europeia”, defende a confederação, acrescentando que “o horizonte de estabilidade da próxima legislatura é uma oportunidade” para conferir importância ao setor.

A referência à Concertação Social do líder do PS e primeiro-ministro, António Costa, foi feita na noite das eleições, no domingo, no seu discurso de vitória.

“Um dos grandes desafios que terei na legislatura é reconciliar os portugueses com a ideia das maiorias absolutas. Que estabilidade é bom para a democracia e não uma ameaça para a democracia”, declarou, prometendo, depois, que, nos próximos quatro anos, governará em diálogo com todos os partidos representados no parlamento, em Concertação Social e mantendo um relacionamento de cooperação institucional com o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa.

O PS alcançou a maioria absoluta nas legislativas de domingo e uma vantagem superior a 13 pontos percentuais sobre o PSD, numa eleição que consagrou o Chega como a terceira força política do parlamento.

Com 41,7% dos votos e 117 deputados no parlamento, quando estão ainda por atribuir os quatro mandatos dos círculos da emigração, António Costa alcança a segunda maioria absoluta da história do Partido Socialista, depois da de José Sócrates em 2005.

O PSD conseguiu 27,8% dos votos e 71 deputados sozinho, subindo para 76 com os mandatos obtidos nas coligações da Madeira e dos Açores (com o CDS-PP nos dois casos e com o PPM nos Açores), enquanto o Chega alcançou o terceiro lugar, com 7,15% e 12 deputados, a Iniciativa Liberal (IL) ficou em quarto, com 5% e oito deputados, e o Bloco de Esquerda em sexto, com 4,46% e cinco deputados.

A CDU com 4,39% elegeu seis deputados, o PAN com 1,53% terá um deputado, e o Livre, com 1,28% também um deputado. O CDS-PP alcançou 1,61% dos votos, mas não elegeu qualquer parlamentar.

A abstenção em território nacional desceu para os 42,04% depois de ter alcançado os 45,5% em 2019.