O aeroporto das Lajes, nos Açores, terá, a partir da próxima semana, um veterinário e um inspetor fitossanitário em permanência, para controlar a entrada de animais e vegetais, anunciou esta segunda-feira o secretário regional da Agricultura.

Vamos fiscalizar e acompanhar permanentemente a entrada de animais e vegetais, para assim observar a existência quer de doenças, quer de vetores, mas também no âmbito da biossegurança mundial”, afirmou o titular da pasta da Agricultura nos Açores, António Ventura, à margem de uma visita ao aeroporto das Lajes, na ilha Terceira.

No Aeroporto João Paulo II, na ilha de São Miguel, esse serviço já era “assegurada por quatro médicos veterinários”, em permanência, mas na ilha Terceira o veterinário dos serviços de desenvolvimento agrário só se deslocava ao local quando existia alguma suspeita.

“As inspeções eram realizadas de acordo com a solicitação dos serviços aeroportuários. Agora, sempre que os serviços aeroportuários nos informam que há um voo internacional, estamos cá, sem que efetivamente exista uma suspeita de um animal, de uma encomenda ou de um vegetal, que possa solicitar essa mesma presença”, adiantou António Ventura.

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“Por vezes, as pessoas esperavam aqui cerca de uma hora até que chegasse o médico veterinário. Agora não, tudo será mais célere”, acrescentou.

A ilha Terceira tem atualmente ligações aéreas diretas com Boston (Estados Unidos da América) e em breve terá também com Toronto (Canadá), estando previstas ligações a Londres (Reino Unido) no verão.

Segundo António Ventura, o controlo de voos internacionais é fundamental, sobretudo, tendo em conta que os Açores são também uma “porta de entrada na Europa”.

Este controlo é fundamental, primeiro, no âmbito vegetal, para a não entrada de doenças que não temos cá na Região Autónoma dos Açores”, salientou, alertando para as “consequências económicas e fitossanitárias” que essas doenças poderiam provocar.

Lembrando que a região tem de cumprir “42 planos de vigilância”, o governante frisou ainda a necessidade de “impedir que muitos animais de companhia possam ser portadores de novas doenças para o espaço europeu”.

António Ventura realçou, por outro lado, o papel deste serviço na biossegurança, num aeroporto que está situado numa base militar.

“Temos de agir na prevenção para que não haja contaminações alimentares, nem vírus que os animais possam trazer e possam criar novas crises alimentares ou de saúde humana”, apontou.

Para o diretor da Aerogare Civil das Lajes, Victor Pereira, a medida é importante, sobretudo, para garantir condições de segurança face a um possível reforço de ligações internacionais no verão.

É um trabalho que está a ser feito pelo Governo Regional, em parceria com os diversos ‘players’ do turismo, […] teremos quase de certeza mais ligações no futuro para a ilha Terceira de outros destinos internacionais, sem dúvida”, acrescentou, salientando que esse controlo será “ainda mais necessário”.

Victor Pereira considerou ainda que ter este serviço em permanência é “uma mais-valia em termos de segurança para a ilha Terceira”, mas admitiu que atualmente as situações de perigo “não se verificam com tanta frequência”.